domingo, 19 de setembro de 2010

A Bé



"A Bé é o meu Porquinho da India. Infelizmente, ela morreu hoje por volta das 16.30h.
Ela era muito bonita: tinha pêlo comprido e uns pequenos olhos pretos. A cara era castanho-escuro com um nariz muito bonito. Tinha duas pequenas orelhas e uma grande franja amarela virada para cima, com algumas manchas castanho-claro. Eu divertia-me a fazer-lhe penteados. A boca dela era pequena e com dentes fortes. O resto do corpo era mais grosso e tinha o pêlo sempre entrelaçado.Tinha quatro patas, as unhas eram muito grandes.
O que ela comia mais vezes era: alface, agrião, ervas, trevos, alfaces-bravas, alface, casca de cenoura e de pepino. Ela adorava feno e adorava ir para baixo do sítio onde ele estava.
Gostei muito quando ela veio comer à minha mão.
A Bé fazia muito có-có e gostava de deitar ao chão a taça da ração. Preferia papel a raspas de madeira no chão da gaiola.
Quando a soltava no jardim, eu tentava apanhá-la. O papá atirava-a pela relva e ela gostava. Às vezes sentava-me no chão só para a ver comer.
Eu ia buscar comida para ela e quando ela ouvia o saco, ficava maluca. Eu também lhe mudava o jornal, quando a gaiola já estava suja.
Nunca lhe tirei uma fotografia e agora estou muito arrependido...
Hoje enterrámo-la, embrulhada num pano. Escrevemos o nome dela num pedaço de madeira e metemo-lo na campa. Também apanhámos flores e pusemo-las lá. Fiz-lhe um desenho.
Ela morreu, não sei como. Estava tudo bem, de repente não conseguia andar e começou a cair para o lado. Passado algum tempo, o papá foi lá e disse-me que ela não aguentou. Fui lá e ainda me lembro da posição dela. Enterrámo-la e ainda não consegui parar de chorar..."
F.L.
Quem é que consegue resistir à profunda tristeza de uma criança que perde o seu animal de estimação? Estou de rastos. A bicha era mesmo muito bonita, ainda hoje de manhã, ao olhar para ela, pensei como era bonitinha. Pois é, nem sequer lhe tirámos uma fotografia... mas pronto o F retratou-a muito bem, desenhou-a e escreveu este texto sempre a chorar. Hoje vai dormir connosco...

2 comentários:

Fátima Lucas disse...

Que lindo texto que o F escreveu...
Também eu me recordo, na minha infância, da perda de um animal de estimação, uma deliciosa cadelinha, a Nani! (Atropelada na estrada de Minde, claro!)
Ainda recordo a dor da sua perda: como podia morrer a minha amiga, como podia morrer a sua "pessoa"? Assim o sentia... A dor da perda... Dói!

Unknown disse...

Bolas!!! Fiquei com a lágrima no olho. Coitadinho do Francisco. Um beijinho muito grande para ele.