quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

À Espera do Fogo

Toda a gente pergunta a toda a gente "Onde vais ver o Fogo?" ou seja, ninguém quer saber onde passa a Passagem de Ano,o importante é mesmo o Fogo.
Finalmente vemos o azul do céu, que se prepara para receber a "Alquimia da Cor" (título do Fogo deste ano).
Esperamos ansiosos, nós e milhares de pessoas, incluindo os tripulantes de cinco cruzeiros, que já se avistam no porto.
Enquanto a noite chega e não chega tomámos parte da última aventura do ano: almoço no Japonês. Correu bem!


Correu mesmo bem, ou não...


domingo, 28 de dezembro de 2008

Noite do Mercado (dos Lavradores)


Debaixo de chuva, mas cheios de coragem, fomos sentir o pulso desta tradição madeirense.
Sandes de carne de vinha d'alhos, malassadas, uma laranjada (Brisa, claro!)e um mar de gente nas ruas.Dentro do Mercado arrumavam-se os locais para as cantorias, em que todos cantam canções populares de Natal. Nós acabámos por vê-las e ouvi-las na RTP-Madeira graças à chuva que acabou por estorvar definitivamente.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Primeira Oitava (26/12)

Hoje, primeira oitava na Madeira, almoçámos carne em vinha d'alhos acompanhando com cacau quente, como manda a tradição.
Depois do almoço fomos visitar presépios e lapinhas. Pelo caminho ainda houve uma paragem para aquecer gargantas (e esófago e por aí fora...)com uma poncha bem docinha. (mas com volume de álcool muito acima do que me é suportável!!!)
Curioso por estas bandas são as lapinhas (ver foto, cedida pela Inês) em escadinha. Tal como os presépios, e às vezes lado a lado, adornam casas, igrejas, praças,ruas mas têm uma particularidade, além das figuras, do musgo, dos caminhos, têm pão, fruta (maçãs, laranjas, tomates ingleses, tangerinas) e searinhas (milho e trigo germinando em pequenos vasos ou canteiros), símbolo da abundância e fertilidade.

Em Passeio no Funchal






quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Presépio

E eu que pensava que não íamos ter presépio... O Francisco tinha uma prendinha para o pai:

domingo, 21 de dezembro de 2008

De Fada...

Há professores que fazem milagres pelos nossos filhos...
Obrigada, Teresa, pela dedicação!

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sábado, 20 de dezembro de 2008

Concordo

Apesar de ser aproveitado para publicidade, CONCORDO com isto!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O quê? Não é possível!

Acabei de ler no Público que os professores de quadro de zona pedagógica podem integrar os quadros das escolas onde estão colocados?
Então e nós, que somos do quadro de escola a 100 ou mais KM de casa, temos que nos contentar com isso?
Então e nós, que na lista de ordenação/graduação estamos à frente dos quadros de zona pedagógica, passamos para trás?
O quê? Não pode ser...
Lá vou eu para Campelos :((

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Almoço (na falta de melhor inspiração...)

Hoje, respondendo a um apetite que me acompanha há uns dias, recordei sabores da infância: almocei salsichas, ovo estrelado, arroz e batata frita. Que pitéu!
A mesma textura, as mesmas cores, diria mesmo que o sabor é muito parecido, mas... o estômago é que já não é o que era...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Es weihnachtet sehr


Às vezes há expressões noutras línguas que são exactamente o que queremos dizer, sem que haja correspondente em português.
Weihnachten é natal, em alemão e desse nome é formado um verbo que é conjugado no impessoal, na expressão que serve de título a esta mensagem. Sehr significa muito.
Desafio quem não sabe alemão que tente traduzir ou pensar no seu significado.
Es weihnachtet sehr - é o que se passa cá por casa. Sabe muito bem estarmos juntos, luzes da árvore ligadas, velas acesas e brilhos a alegrar os espaços. A alegria dos miúdos a descobrir a surpresa do calendário do Advento. O Bolo Rei pronto a fatiar e a saborerar. O tempo que passámos a fazer, a decorar e a provar bolachinhas de natal. O prazer de as oferecer.
O presépio à espera que chegue o Menino Jesus.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Hoje...

...de molho!:(

domingo, 23 de novembro de 2008

De Hoje a Um Mês

De hoje a uma mês desfrutarei da calma e da serenidade desta varanda de olhar privilegiado.
Como será no Inverno?
No verão inspirou-me e escrevi:

Parece sempre igual, mas não é. A luz em devir permanente determina as suas cores e traz a novidade todos os dias.
Diariamente, escolhido como espaço de contemplação, esta varanda evasiva é de onde me debruço sobre as pinceladas deste quadro.
Da ladeira de telhados que cobrem casas brancas sobressaem torres de igrejas e capelas espalhadas, mais em cima, mais em baixo, mais longe, mais perto.
Rampa acima, o verde, mais denso dos campos de bananeiras, mais pontual do arvoredo distribuído pelos jardins e passeios da cidade, refresca-me o olhar. No contorno do horizonte, um exército alinhado de árvores imponentes segue o declive sob um leve e passageiro véu rendado.
É fugaz a circulação que detecto das cabines do teleférico que sobem ao Monte ou trazem os passageiros, decerto encantados, de volta à cidade velha.
Não demoro o olhar, sigo a descida serena e mergulho no mar, sempre calmo, sempre azul, matizado ao sabor do vento, das nuvens, da luz.
Na outra noite, cobriu-se de prata para receber a lua redonda que tingiu a minha tela. E eu, a assistir impávida, a deliciar-me com a mutação das tonalidades.
Ontem cheguei e deparei-me com um feixe a fazer brilhar uma tira geométrica encosta abaixo.
Há momentos efémeros, em que o branco das paredes encandeia e a nitidez da pintura é mais realista. As Selvagens e as Desertas podem distinguir-se mais facilmente, sem se misturarem com as nuvens envolventes.
Ao fim da tarde a iluminação pública anima: os candeeiros elevam-se e alumiam caminhos. O quadro adquire tons alaranjados, impedindo a noite de o apagar.
No dia seguinte lá está tudo outra vez, parece igual, mas não é!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Indignação

As caixas de correio electrónico têm-se enchido com mails relacionados com a avaliação de docentes, com mais ou menos humor, maior ou menor seriedade. Nas salas de professores esse é assunto diário e a comunicação social também já se rendeu ao tema da educação como ponto central dos seus noticiários.
Como professora que sou, acho importante que se fale e discuta, se conheçam opiniões vindas de vários sectores da sociedade e se dê tempo de antena ao que realmente gera futuro, que é a escola.
É, porém, com indignação que ouço no rádio, vejo na TV e leio nos jornais (online) este politizar de uma questão cujo interesse e utilidade tem que ultrapassar contendas políticas.
Indigna-me a insistência em tratar tudo isto como uma desavença dentro do partido do Governo, como um puxão de orelhas do PR, um desfile das opiniões oscilantes e ambíguas da oposição, o perder ou ganhar de eleições ou de maioria absoluta, uma derrota ou vitória política, enfim o que por aí tanto se diz, fruto de reflexões ocas.
Hoje a Sra. Ministra dá uma conferência de imprensa e os Srs. e Sras. jornalistas investem em perguntas do tipo: então aceitou as críticas dos militantes do partido…; sempre foi sensível aos apelos do PR…; parece que estamos perante um recuo político…
É isso, o que melhor sabem perguntar? E a verdadeira essência do problema? Já agora, e a avaliação de docentes? Alguém sabe do que se trata?

sábado, 15 de novembro de 2008

Paula Rego no CAMB


Não se podem perder oportunidades destas.
Aqui tão perto, em Algés o Centro de Arte Manuel e Brito expõe Paula Rego.
O Palácio dos Anjos foi muito bem recuperado e é um espaço muito agradável de se visitar. Mantendo a traça original, foi conseguido um excelente trabalho de arquitectura ao conciliar o que havia com o que se acrescentou em linhas e materiais modernos. O jardim que o envolve oferece-lhe o enquadramento digno e sóbrio que merece.
Passada a porta principal pude então visitar trabalhos de Paula Rego.
As suas obras não deixam ninguém indiferente, independentemente de se gostar ou não e as suas personagens contam-nos histórias de fantasia, arrancadas de uma imaginação rentável.
Os desenhos de 80, colados às criações da infância, ao imaginário da criança, dão-me conta de histórias, contos de fadas, cães e gatos que se comportam como humanos, pessoas que são macacos… Um mundo de cor que me faz sonhar, de seres oníricos que me confundem e me deixam à deriva num ambiente que não é o meu. Ainda assim, admiro a alegria do colorido e a aparente desordem da fragmentação da narrativa, que tento descodificar.
Os trabalhos mais recentes, já depois de 2000 são retratos de patente sofrimento e angústia. As personagens, quase sempre mulheres, agridem ou são agredidas e os seus rostos, posições e gestos testemunham-no. Senti algum repúdio pelas situações apresentadas. As formas austeras, os olhares incriminatórios e sofridos abanam o meu sentido estético.
Prazer maior foi a companhia. O interesse pelo pormenor, a espontaneidade da opinião, a interpretação que se percebe dos comentários, o gosto em associar títulos a desenhos e de os questionar, o humor com que às vezes o faz criam cumplicidade nos nossos diálogos. É de facto um prazer ir a exposições com o Francisco. Uma troca de emoções que nos enriquece!

Aproveitem e vão também!
(imagem: Paula Rego, Lela Playing with Gremlin, 1985)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Na Alemanha: Manifestações de Estudantes


Não está fácil a vida para os ministros da educação...
Hoje,na Alemanha, um pouco por todos os estados, muitos estudantes não foram à escola e invadiram as ruas das principais cidades. Foram milhares os jovens que se manifestaram, mais de 6000 em Hamburgo, mais de 3000 em Göttingen, 2500 em Rostock, 2000 em Lübeck...
Turmas mais pequenas, de 20 alunos, mais professores nas escolas, material actualizado, foram algumas das razões que os levaram à rua.
O cartaz que achei mais engraçado é este:
(Pais ricos para todos!!!)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Manif - ainda

Tenho uma amiga que vive na Alemanha e, num jornal de lá, saiu uma notícia da nossa manif. Ficou orgulhosa dos profs, seus conterrâneos.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ainda Ecos da Manif

Vale a pena ouvir isto.

domingo, 9 de novembro de 2008

MANIF - e agora??

Esperança

Éramos muitos, muitos...

Em bicos de pés para respirar... claustrofobia...

Estivemos três horas sem sair do mesmo sítio. Meio passo para um lado, meio passo para o outro, para garantir circulação sanguínea...

Finalmente iniciámos a marcha. Muito devagarinho...passava muito das 17h...

Não passámos do meio da Avenida da Liberdade. E já era noite!
Vejam aqui uma verdadeira reportagem.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A Turma

Podia falar de muitas, descrevê-las ao pormenor, mas nunca tão bem como faz o filme Entre les Murs. Aquele grupo de 25 alunos assemelha-se a tantos que passaram e continuam a passar por mim ao longo destes 14 anos de serviço. Aquilo é o que se passa nas nossas salas de aula. Mesmo! É o retrato realista do nosso dia-a-dia tirado a papel químico, ou mais modernamente falando, um copy/paste para a tela.
O desinteresse pela aprendizagem; a desvalorização da escola por muitas famílias; o desrespeito pelas regras; o gerir, na medida certa, a firmeza e a diplomacia por parte do professor; o facilitismo do sistema; o não reconhecimento da autoridade e a real crise de autoridade da escola: está tudo lá, nesta turma que de diferente das nossas, só tem o facto de ser de uma escola francesa.
A partir de uma certa altura senti a tensão subir e envolvi-me sentimentalmente naquela história que é tantas vezes pedaços da minha… Saí cansada, estive a trabalhar durante as quase duas horas de filme. Senti-me impotente, só, desprotegida, armadilhada e injustiçada.
Nem todas as turmas são como A Turma, mas em quase todas há alunos assim,uma Esmeralda, uma Khoumba ou um Salouméne que minam o grupo e nos esgotam. (falo do Ensino Básico, aqui na região de Lisboa. Não será assim na província, nem nas escolas de bairros privilegiados.)
O que vi neste documentário é de tal forma fiel, que revivi situações passadas. Senti-me a observar-me: em alguns diálogos, nas atitudes, na postura, no desespero, na impotência, mas mesmo assim no optimismo.
Por enquanto, o optimismo.
Ainda a esperança alimentada por pequeníssimas conquistas diárias.
O filme não a mostra.

domingo, 2 de novembro de 2008

Natal? Já?

Que o Natal é quando um homem quiser já estou fartinha de ouvir, mas querer já em Outubro é um abuso.
Nas lojas de decoração já tudo brilha, tudo pisca, ao Lidl já chegaram (há umas semanas) as bolachinhas, os bolinhos e os chocolates do Natal alemão, os centros comerciais estão enfeitados com bolas e bonequinhos, neve, renas e pais Natal... não há paciência para tanta exploração em prol do consumismo!
E toda esta parafernália não mereceria destaque, se o meu jantar de hoje não tivesse sido interrompido por um cartão de Boas Festas. É verdade, o Pessoal da Recolha do Lixo (foi assim que se autodenominaram) veio cá hoje desejar-me um Feliz Natal. (A ver se não me esqueço até lá...)
Por este andar qualquer dia vamos à praia em Agosto e encontramos o pai natal a fazer esqui aquático, as renas a passear turistas por essas vilas e cidades mais concorridas. Arriscamo-nos a fazer um piquenique à sombra de uma árvore de Natal e em vez do cheirinho a sardinha assada, cheira a canela das filhós e do arroz doce e a resina dos pinheiros a derreter com o calor das luzes coloridas.

sábado, 1 de novembro de 2008

Fases...

Os nossos filhos passam por diversas fases: a fase das cólicas, a fase do não, a fase das birras, a fase dos porquês. Já ouviram falar da fase do não sei?
Passo a descrever os sintomas: a qualquer pergunta que se faça respondem não sei, ou com apenas uma palavra , normalmente muiiiito elucidativa, como alguns, um bocado, mais ou menos, acho que sim, acho que não (mas sempre seguido da frase chave não sei). Também há uma variante que é completamente esclarecedora, que é a resposta não verbal, com linguagem corporal e som. Vejamos se consigo explicar: encolhem de ombros e ao mesmo tempo produzem um ruído que resulta da passagem de ar expelido pela boca, com os lábios ligeiramente cerrados.
É nesta altura que se metem num armário e se deixam lá ficar até passar? Ou...

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Bem Vinda ao Norte

Viajei. Fui ao norte e diverti-me.
Em ambiente descontraído fui conhecendo costumes e tradições, sotaques e regionalismos desta zona. Inúmeros estereótipos conduziram a uma viagem hilariante.
De gentes hospitaleiras - ao chegar fui recebida com um Bienvenue dans le Nord - Nord-Pas-de-Calais recebe com calor um chefe de correios vindo do sul. (situação que me parece familiar, com excepção do facto de tudo resultar de um castigo por forjar informações num concurso profissional…)
Nem sempre a tradução consegue fazer jus às situações cómicas de linguagem, mas serviu o Francês aprendido à l’école para me abstrair das legendas e rir-me sem pudor.
Mais uma vez recomendo que vejam um filme. Este é ligeiro, mas bem conseguido. Muito cómico!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O verbo colorir

Assim do nada, pensei: como é que se conjuga o verbo colorir? Eu coloro???? Que estranho!
Resolvi recorrer à Internet, grande amiga.
Pois não é que vi o verbozito todo conjugadinho e constatei que não havia forma para as pessoas do singular, nem para a 3.ª do plural, no presente do indicativo!
Discriminação? Se se diz nós colorimos, vós coloris… alguém me explica???
(O site se calhar não é de confiança...)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Os Lucas (II)

Mais uma versão da minha família. Desta vez a autora é a Sofia, a nossa querida afilhada, que nos vê assim:


(Nem precisava de legendas!)

domingo, 26 de outubro de 2008

Um Rádio que Conta uma História



Estava frio como em qualquer outra manhã de Novembro. Do céu branco acinzentado soprava uma aragem cortante que o obrigava a subir as golas do casaco e a soprar para as mãos.
Os passos largos e compassados levaram-no em direcção ao centro da cidade: ia comprar um rádio. Longe do seu país, ouvir a Emissora Nacional servia para esquecer o frio, para aquecer a alma e arrefecer a saudade. Com o novo aparelho, poderia ouvir também o programa das 14.30 às 17 horas, emitido numa frequência que a sua velha telefonia não sintonizava.
Naquele dia, como nos outros, não reparou na grandiosa catedral, símbolo da cidade. Monumento imponente, o Reno como vizinho, vértices pontiagudos em louvor ao céu, assente num templo romano e sobrevivente a ataques certeiros da segunda grande guerra. Passou por ela, como todos os dias…
Entrou na loja – que ficava perto da catedral – e comprou o rádio. Design moderno: linhas direitas, muito prático. Anos 70.
De regresso, um quiosque anunciava Lotto. Parou, entrou e preencheu o boletim. X no 2 – dia de casamento; X no 11 – dia em que a sua filha de quatro meses tinha nascido, em Julho, portanto; 12 – data de nascimento da sua mulher; 22- o seu dia de aniversário e mais dois X: no 8 e no 41 a completar a sua data de nascimento.
A partir de então poderia finalmente escutar em sua casa notícias do seu país, na sua língua materna.
E escutou, sentado a ouvir a sua terra. Grande compra!
Melhor compra: no sábado seguinte, desta vez em frente ao ecrã de televisão, dentro de uma brilhante caixa de madeira envernizada, esperava pela hora em que a tômbola atirava as bolas numeradas. Começou: saiu o 2, o 11, o 12, o 22, o 41. Alegria!! Alegria!!! Cinco certos no Lotto: quatro mil marcos que serviram para comprar prendas de Natal e mais qualquer coisa que fazia falta…
Um Grundig, transístor 600 com memórias, que achei lá em casa coberto de pó. Limpei-o e ouvi, na primeira pessoa, a história que carrega.
Toda a vida me lembro dele lá por casa… e ainda funciona!

A partir de hoje é peça de museu na minha sala.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Momentos de Ternura


Da esquerda para a direita: Paulo, Inês e Maria Miguel (com 12 dias)

Allgarve?

Hoje dediquei 45 minutos da aula para desenvolver a competência escrita. Ora, os alunos teriam que escrever um texto, seguindo algumas das minhas orientações. É sempre uma canseira: todos me chamam ao mesmo tempo, querem saber se está bem, como é que se diz...; como é que se escreve...
Corrigi um aluno que tinha escrito Allgarve.
Insiste comigo. Eu explico.
Teima: Não setôra, agora é assim que se escreve! Volto a explicar: a publicidade usa jogos de palavras e tudo e tudo...
Respondeu: Pronto... tá bem!
Não o convenci!!!!!!!
:(

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Muda a Hora...

Só de pensar no que tenho para fazer esta semana... acho que é demais para mim sozinha, mas pronto...
Nem tudo é mau: vamos passar para o horário de Inverno, com o qual não simpatizo, mas ganho uma hora este fim-de-semana!!!!! Desejo, do fundo do coração, que seja para descansar. (Duvido!)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Auf der anderen Seite

Auf der anderen Seite (Do Outro Lado)
Motivou-me o facto de ser em alemão e de se passar na Alemanha (pelo menos em parte) e também o nome do realizador (Fatih Akin), cujo filme Gegen die Wand (Urso de ouro) eu vi quando estive em Munique em 2004. Dois argumentos de peso que me obrigaram a ir ao cinema.
Muito bom! Seis personagens que vivem o entrecruzar-se dos fios das suas vidas num tecido, em que o lugar deixado por um é ocupado por outro.
O filme é de uma riqueza incrível ao abordar variadíssimos temas. Uns mais óbvios que outros, todos me deixaram a pensar, a pensar… a ligar o título ao enredo, e não só ao espaço como era facilmente adivinhável; a perceber algumas escolhas de cenários e pormenores; os acontecimentos; os diálogos… enfim, um emaranhado premeditado e bem conseguido, sem se deixar ir pela previsibilidade.
Tudo revela o sentido que lhe é inerente e assume significado na relação com o restante. É permanente a ideia de entrelaçar os vários fios desta teia de sentido, um verdadeiro enredo.
Morte; vida; família; pais/filhos; identidade; Turquia/Alemanha/EU… Destaco um: a coragem de mudarmos. Mudarmo-nos. Mudarmos o rumo das nossas decisões e ficar do outro lado (também pegando no título…). (Exercício interessante e enriquecedor este de justificar o título. Estava aqui até amanhã, encontro relação com tudo…)
Um excelente filme para apreciar e reflectir.
(Contem-me o que acharam se forem ver.)

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Os Lucas


Pyzam Family Sticker Toy

Get your own Family Sticker Maker & MySpace Layouts.






Obrigada Rita pela dica!

domingo, 12 de outubro de 2008

Recordar é Viver! (Título piroso...)

É tão bom ver fotografias… pegar nos álbuns, folheá-los, recordar lugares, pessoas, sorrisos e emoções. A nostalgia do tempo a bater forte cá dentro, o reviver momentos que foram de felicidade, outros que agora reconhecemos melhores… a saudade também é isso.
Tinha umas fotos para arrumar (poucas, já se vê, que isto da era digital rouba-nos prazeres…) e de repente vi quase toda a minha vida nas minhas mãos. Vi-me crescer: bebé, a aprender a andar, a crescer, a fazer anos, 8, 9, 14, 19, 30… Acompanhei o desenvolvimento dos meus filhos de embriões a fetos, de caras rechonchudas a sorrisos desdentados. Sempre risos, gargalhadas sem som que se sentem vibrar e me deixam feliz, mas nostálgica.
Numa das fotos, tirada num centro de juventude em Dresden, durante um curso para professores, lia-se numa parede:
Lebe deine Träume, bevor es zu spät wird. (Vive os teus sonhos antes que seja tarde demais.)
Andamos numa azáfama a preparar o futuro (próximo ou mais longínquo), ocupamos o nosso tempo a pensar nisso e esquecemo-nos de viver o presente.
E agora pronto, fiquei a olhar para o portátil, sem saber o que escrever mais… Pelos meus olhos interiores passam imagens do que foi bem vivido. Que bom que é gostarmos de registar a felicidade.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Jeans de uma geração (ou mais...)

Giras, confortáveis, com cor e corte que agradavam aos teen dos eighties (acho que dos seventies também!), as Lois marcaram a minha adolescência.
Ia escrever deixam-nos agora, mas a verdade é que já era raro encontrá-las e a bem da verdade, já nem me fazem falta...
No ano passado numa loja, em Beja, revi peças da marca dispostas numa montra, alternando com cartazes publicitários bem actuais e pensei: Boa! Está viva! Existe! Não é um mito dos anos 80!!!
Pois bem, informo que já não há mais Lois. A empresa espanhola... adivinhem... sim, foi isso, faliu!
Mas se clicarem aqui ainda podem visitar o site, que está bem engraçado! E este ano a colecção de outono/inverno ainda deverá estar disponível nas lojas .

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Les Temps Qui Changent

Os Tempos que Mudam
Tânger. Gérard Depardieu. Catherine Deneuve.
O que se vê e o que se imagina, o que se ouve e o que fica por dizer. Tão bonito...

domingo, 5 de outubro de 2008

Monopólio


Há anos que não jogava Monopólio. Hoje joguei e o costume: os pobres cada vez mais pobres, os ricos cada vez mais ricos…
Hoje, porém, joguei numa conjuntura mundial em crise e com quem tem uma perspectiva diferente: generation gap.
Uma hipoteca é uma hipóteca e um aluguer é um alúguer, além disso, segundo o Francisco, é melhor estar na prisão, do que andar por aí… pelo menos não se abre falência…
Outra: eu que sou o banqueiro não posso ficar com algum dinheiro? (muito actual…)
Ainda outra: Estou na falência! Ajudem-me! (lá vai uma injecção de capital…)
Mais outra: Nunca tenho oportunidade de comprar nada!
Sabes porquê Francisco?
Sei, porque sou pobre!!!!:(
Risos, gargalhadas, choraminguices e abraços reconfortantes numa tarde de Domingo.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

mails e sms

Os sms, os mails ajudam-nos imenso na gestão da nossa vida diária e são maioritariamente facilitadores. Claro que podemos sempre dizer que também atrapalham, dão-nos mais trabalho, por estarmos sempre contactáveis, blá, blá, blá... Há sempre vantagens e desvantagens em tudo, diriam os mais ponderados.
O que me deixa mesmo, mesmo intrigada é receber mensagens de números ou endereços desconhecidos e ainda por cima anónimos. Há um misto de culpa (porque é que não tenho este nº gravado?...) e de irritação (porque é que não assinam, bolas!)
Pois, esta semana aconteceram várias vezes e não é que me deixam mentalmente ocupada por um tempo! Quem será? Porquê? O que queriam dizer? Será comigo? Será engano? Quando se trata de mails, ainda suspeito de vírus...

Compra o DN

Estou sem acesso ao email até ao final de Setembro. Entrarei em
contacto consigo quando regressar. Beijinhos

Esta última não descobri de quem é, será que vou saber... pelo menos, veio com um link de um blog, mas não, não conheço.

sábado, 27 de setembro de 2008

26 de Setembro - Dia Europeu das Línguas


No outro dia vi o filme Italiano para Principiantes e apeteceu-me aprender uma nova língua.
No filme, um curso de italiano serve de pretexto ao desenrolar da vida de um grupo de dinamarqueses.
Não fazia ideia que era dinamarquês e foi realmente estranho estar a ouvir aquela língua... a verdade é que somos completamente invadidos pelo cinema anglo-saxónico e o nosso ouvido torna-se menos receptivo a outras fonéticas.
Gostei muito, especialmente pela simplicidade onde a história é a essência. Respirei o filme que, desprovido de efeitos especiais ou outras superficialidades, se apresenta sem tóxicos. Um antioxidante saudável e recomendável.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A Motivação é Tudo!

A escola do Francisco está em obras e as aulas acontecem em contentores, num descampado provisoriamente adaptado para receber alunos e professores.
No primeiro dia de aulas o Francisco perguntou-me, se também ia almoçar num caixote e eu achei que acabava de me revelar a sua opinião sobre o novo espaço.
Ontem o Francisco estava muito orgulhoso: veio uma notícia no jornal relacionada com os investimentos que a CMO está a fazer na educação e a ilustrá-la estava uma foto da sua (nova)escola.
Hoje de manhã ao chegarmos de carro à escola , passando bem devagarinho pelas traseiras e pela lateral direita, o Francisco avistou a sua escola de um ângulo generoso, com vista sobre todos os blocos (geminados!) (blá-blá blá-blá – aquilo tem um qualquer outro nome pomposo em vez de contentor) e disse: Ai mamã, adoro a minha escola! Aquilo sim, disse tudo!

domingo, 21 de setembro de 2008

Entardecer (em férias que já lá vão...)

Palmeira, buganvília, hibiscos, cevadilha.
Verde, púrpura, carmim, rosa, azul, azul, azul.
Inclino-me para trás, livro nas mãos e sigo as linhas de dois parágrafos. Olho o mar, um traço certo a separá-lo do céu, longe, longe. A página convida-me. Eu aceito. Três, quatro linhas… e contemplo o azul tranquilo.
Um veleiro balança incansável, balança a cima, a baixo, balança. Deixo-me navegar nos movimentos quase imperceptíveis. Diante de mim, tudo cheio de azul inebriante. Permaneço.
O livro aberto chama-me. Eu não ouço.
Entre um e outro azul, asas estendidas a planar desviam-me o olhar que as acompanha, sem eu dar por isso. Encontro a cadeira altaneira e vigilante do nadador salvador. Está vazia, solitária.
O banheiro alinha as espreguiçadeiras brancas, desocupadas e vira-as para o mar. A Júlia e o André correm atrás dos pombos que debicam migalhas crocantes. Desarrumam o alinhamento de cadeiras, riem cúmplices. Estão felizes.
Sinto a atracção e volto a deter-me no mar. Perduro o meu olhar pelo infinito ali ao meu alcance visual. Fechei o livro, escuto a água. As ondas quebram-se, pintam de branco o contorno da rocha escura, sinto um salpico frio que quase me acorda.
Olhos postos na incessante dança marítima, deparo-me com palavras que se ordenam em orações, se desenham numa caligrafia clara, bem legível e que me ditam o pensamento. Guardo-as, assimilo-as, são uma parte de mim, que partilho ao dar-lhes forma. Carregam emoções que pretendo contagiantes.
Sem relógio no pulso, é a luz baixa, rente à sombra que me lembra de mim.
(Um entardecer tranquilo, inspirador a que ofereço este espaço.)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sons de Infância



Passou à minha porta, soprando afinadamente para dentro da mão, a segurar um instrumento que transformava o seu sopro em sons que conheço desde pequena; carregava chapéus de chuva, na bagageira da moto, que levava pela outra mão. Desceu a rua e nada... nada não! Recordou-me tempos de longe e... ainda lhe roubei uma foto.(Será ilegal? Não se identifica a personagem...)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Primeiro Dia de Aulas

Recordo os meus primeiros dias de aulas enquanto aluna…
Após três longos meses de férias, chegava Outubro envolto em cinzento molhado a deixar esquecer o calor do verão.
Era um dia ansiado, para o qual gostava de escolher a indumentária que achava adequada: fatiota da cor da moda com acessórios novos a condizer. (Sempre fui vaidosa, sim, sim não é de agora!!!!)
O reencontro com os amigos e professores preenchia-me outra vez e toda a parafernália escolar era preparada com tanto pormenor que cadernos, lápis, canetas, pasta (mais tarde mochila) ganhavam vida.
Lembro-me de esboçar objectivos como castelos no ar (eu sei, que era precoce!!). Este ano tenho que conseguir… Assim fui crescendo, sonhando, realizando sonhos, deixando outros permanecer na sua essência onírica.
Como professora, é com expectativa que entro neste recomeçar. O entusiasmo dos primeiros anos vai afrouxando e a ansiedade já não se sente com tanta força. O coração já acelera pouco quando se enfrenta uma turma pela primeira vez.
Este ano até acompanhei os alunos e nem sequer tenho que gastar tempo para fixar os seus 118 nomes. Hoje sobrou-me disponibilidade para os observar. A todos. Sim à segunda-feira tenho-os a todos!!!! Vi-os contentes por me verem (pelo menos alguns…), por estarem naquele espaço que lhes diz muito. Detectei olhos a pedir atenção, muita atenção. Identifiquei sorrisos de esperança. E eu com tão pouco tempo para eles… há que planificar, definir objectivos, programar actividades, diagnosticar competências ou falta delas, ir a reuniões que prometem mais papelada e absorção do tempo a usar com eles para responder àqueles olhares, àquelas atitudes de quem pede socorro baixinho.

domingo, 14 de setembro de 2008

Symfollies

Não faz parte da minha rotina ver desenhos animados, mas a desconcentração para trabalhar era demais, reflectindo bons tempos de férias, e o Francisco reclamava a minha atenção. Sentei-me ao seu lado e fui seguindo os programas a que ele assistia.
A verdade é que calmamente fui descontraíndo e soube-me muito bem estar ali com ele a saborear tanta harmonia. Primeiro uma quinta com animais queridíssimos, depois instrumentos musicais com cabeça, braços e pernas. Uma delícia. Symfollies. RTP2.
Partindo de óperas conhecidas, sempre com a orquestra a tocar em fundo, contam-se histórias simples. Boa imagem e animação e muito educativo. Além do mais, relaxa! Vejam e mostrem aos miúdos. (Também há um site com jogos e outras coisas.)

domingo, 7 de setembro de 2008

Paralímpicos

Estive a ver a abertura dos Jogos Paralímpicos. Os chineses são incríveis, mas acima de tudo, a entrada dos atletas foi comovente. Arrepiante, mas fantástico!

Já agora, o Francisco, no meio de muitos É pá, memo fixe! pergunta: há cegos a fazer tiro ao alvo? E se houver surdos nas corridas, como é que ouvem o tiro de partida?
Temos tema de conversa para os próximos dias...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Só Isso

Este pedaço de texto, podia ter sido meu. Reflecte exactamente o que senti ao dar sinais de mim, por onde passei nestas férias de verão.

While the astronauts, heroes forever, spent mere hours on the moon, I have remained in this world for nearly thirty years. I know that my achievement is quite ordinary. I am not the only man to seek his fortune far from home, and certainly I am not the first. Still, there are times I am bewildered by each mile I have travelled, each meal I have eaten, each person I have known, each room in which I have slept. As ordinary as it all appears, there are times when it is beyond my imagination.

In Interpreter of Maladies, "The Third and Final Continent", Jhumpa Lahiri.

(Gosto de histórias onde as personagens, ricas na sua simplicidade, me ensinam e me fazem pensar.)Só isso.

Acabo as férias com Portugal no Coração

Há dias (poucos) em que me perco na net. Em noite, sem melhor programa, naveguei por lá, visitei os blogs do costume e acabei por ficar a ver (na net) uma gravação de um programa na RTP, apresentado no blog do Pedro Ribeiro.
Não é frequente ouvirmos intelectuais, pessoas públicas (a não ser membros do governo) a dizer bem de Portugal. Sabe bem escutar quem vai contra a corrente e até nos lembra que efectivamente nós temos um país fantástico. Bora valorizar o que é bom e olhar para o que está mal de forma construtiva.
O Miguel Esteves Cardoso (é polémico, eu sei!) reflecte ainda sobre outros temas. Retive:
A importância de incutir nas pessoas a ideia de quem me dera ter três horas para ler e não me chateiem. Isso é o paraíso. Quando há livros não há solidão e assim aprende-se a estar sozinho.
Quem estiver interessado pode ver e ouvir aqui. Ao todo, uma hora de conversa, mas há sempre a hipótese de saltar e ouvir ao bocadinhos.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

vá lá!!!!!

A quem é que eu tenho que pedir?
A quem de direito, solicitam-se mais uns diazitos de férias, que os meus estão a acabar. Gastei-os, suguei-os até ao tutano e agora não chegam!
Vá lá! Vá lá!!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Monte

À saída do Jardim Tropical uma banca fritava malassadas (filhós/fartura) que quisemos provar. Também havia pão com chouriço assado? Cozido? Quisemos descobrir!
A massa de pão é enrolada com rodelas de chouriço no seu interior, até aqui nada de novo! Mas depois os pãezinhos são cozinhados numa chapa escaldante, ali à nossa frente! Vira, volta a virar para não queimar e está pronto a comer. Uma especialidade! Delicioso!
Mesmo ao lado, a Igreja do Monte, onde em breve se celebrariam as Festas do Monte. Festejo muito concorrido no Funchal, aonde rumam milhares de pessoas seja para adorar a Senhora do Monte, seja para saborear a espetada que atinge o seu melhor paladar nos arraiais.


quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Pico do Areeiro

Um passeio interessante como atestam as fotografias. Subimos mais de 1800 metros até ao Pico do Areeiro, em estrada própria para rally: curva, contracurva, curvas e mais curvas, em estrada estreita… enfim para uma senhora sensível como eu… resultado: Enjoei!!!! E de que maneira, mas mesmo assim, ainda deu tempo para dizer: “Quando puderes pára!” Sempre deu para desanuviar a cabeça e recuperar o equlíbrio para terminar a descida.
Que agonia aquele Pico! É linda a paisagem, sim senhor, mas não me levem para lá outra vez, ? Foi um dia inteiro de enjoo, pior do que a ida às Berlengas (para quem se lembra, caros colegas!)


segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Monte Palace (Fundação Berardo)

A visita ao Jardim Tropical Monte Palace é um banho de emoções proporcionado pela interminável variedade apresentada aos visitantes: o jardim repleto de árvores e flores de inúmeras origens, museu de arte africana, colecção de minerais e gemas, história de Portugal, lago e quedas de água, pontes orientais, os peixes Koi, património artístico, tranquilidade e frescura e uma vista privilegiada sobre a baía do Funchal.

O MUSEU
No rés-do-chão somos surpreendidos por uma colecção imensa de pedras semi-preciosas de encher o olho. Com uma disposição original e muito interessante, os minerais ostentam o seu brilho nos vértices dos seus recortes pontiagudos. Quartz, ametistas, cristais coloridos e reluzentes criam perplexidade pela dimensão e pelo número.
Um comentário ainda para os troncos de madeira petrificada: impressionante. Sim, são troncos reais, feitos pedra!

Nos andares de cima encontramos uma colecção de escultura contemporânea do Zimbabué. As peças retratam cabeças de figuras humanas, de alguns animais.
Despertam-me especial curiosidade as estatuetas de pedra representativas de seres místicos tão bem conhecidos da cultura africana. Gostava de conhecer os seus nomes, características e poderes, imaginar histórias, inventar relações amorosas, entrar no mundo misterioso dos seres que curam e cicatrizam feridas do corpo e da alma e alimentam as mentes ocupadas de quem não tem a civilização a desviar a razão. (Lembro-me das histórias espantosas de Mia Couto…)
O acervo desta colecção provém da comunidade artística Tengenenge e está patente de uma forma que me agradou muito. A decoração do espaço facilita a penetração no ambiente, usaram-se cores fortes e dispuseram-se as esculturas sobre paus verticais, de tonalidades quentes, atingindo alturas facilitadoras da observação e avaliação do visitante. Numa relação simbiótica, simularam-se paisagens naturais de vegetação condizente: oferece-se um lar aos seres estáticos plenos de existência e povoam-se as áreas desertas repletas de vida.



O JARDIM
É todo um espaço cheio de verde que nos guia neste passeio. O verde rasteiro das folhas das azáleas, do buxo é sobreposto pelo verde das cicas, de mais e mais cicas em abertura franca, na sombra de fetos arbóreos vindos do Japão, com as suas hastes em forma de espanador que sussurram na brisa tranquila. Barrando o céu cheio de azul, o verde mais altivo dos ciprestes e das araucárias de origem australiana, convive com o dos loureiros, das acácias, das faias, exemplares da floresta Laurissilva (da Madeira).
Os movimentos da água ecoam suavemente e conduzem-nos aos lagos onde encontramos os peixes Koi. Atropelam-se exemplares rosa, laranja, vermelho, despigmentados, apenas fazendo sugerir a cor numa base clara, branca de pontos escuros.
No Jardim Oriental, as pontes e passagens reportam-nos aos famosos jardins japoneses. É através das suas cores e padrões, dos budas em dispersa arrumação, das estátuas de dragões em pedra anunciando a passagem por portais com telhados tipicamente orientais, de vértices arrebitados, que nos esquecemos do espaço e nos perdemos nos recônditos lugares, por detrás das esconsas quedas de água.
Ainda na área dedicada ao Oriente se descobre um painel com “placas de cerâmica refractária, pintadas com tinta cerâmica de alto fogo com banho de vidro transparente”, sob o título “A aventura dos Portugueses no Japão”. São cenas desde o séc. XV até ao séc. XX, com a queda da bomba atómica na 2ª Guerra Mundial. Uma lição de história de muito bom gosto.







HISTÓRIA DE PORTUGAL
Num total de 40 painéis, perfazendo mais de quatro mil azulejos de 20x20cm, em terracota, Alberto Cedrón (artista argentino) resume os momentos mais significativos dos principais momentos da nossa história. Ao longo de dois corredores podemos refrescar a memória e passar pelo reinado de D. Afonso Henriques até ao fim da Monarquia, prosseguindo pela primeira república, Estado Novo, Revolução dos Cravos e terminando na actualidade. Uma excelente aula de História, colorida e arejada, adequada ao ritmo dos alunos.



A viagem de teleférico pode assustar os menos audazes mas vale a pena subir ao Monte e beneficiar do que a Fundação Berardo reserva aos visitantes.