domingo, 23 de novembro de 2008

De Hoje a Um Mês

De hoje a uma mês desfrutarei da calma e da serenidade desta varanda de olhar privilegiado.
Como será no Inverno?
No verão inspirou-me e escrevi:

Parece sempre igual, mas não é. A luz em devir permanente determina as suas cores e traz a novidade todos os dias.
Diariamente, escolhido como espaço de contemplação, esta varanda evasiva é de onde me debruço sobre as pinceladas deste quadro.
Da ladeira de telhados que cobrem casas brancas sobressaem torres de igrejas e capelas espalhadas, mais em cima, mais em baixo, mais longe, mais perto.
Rampa acima, o verde, mais denso dos campos de bananeiras, mais pontual do arvoredo distribuído pelos jardins e passeios da cidade, refresca-me o olhar. No contorno do horizonte, um exército alinhado de árvores imponentes segue o declive sob um leve e passageiro véu rendado.
É fugaz a circulação que detecto das cabines do teleférico que sobem ao Monte ou trazem os passageiros, decerto encantados, de volta à cidade velha.
Não demoro o olhar, sigo a descida serena e mergulho no mar, sempre calmo, sempre azul, matizado ao sabor do vento, das nuvens, da luz.
Na outra noite, cobriu-se de prata para receber a lua redonda que tingiu a minha tela. E eu, a assistir impávida, a deliciar-me com a mutação das tonalidades.
Ontem cheguei e deparei-me com um feixe a fazer brilhar uma tira geométrica encosta abaixo.
Há momentos efémeros, em que o branco das paredes encandeia e a nitidez da pintura é mais realista. As Selvagens e as Desertas podem distinguir-se mais facilmente, sem se misturarem com as nuvens envolventes.
Ao fim da tarde a iluminação pública anima: os candeeiros elevam-se e alumiam caminhos. O quadro adquire tons alaranjados, impedindo a noite de o apagar.
No dia seguinte lá está tudo outra vez, parece igual, mas não é!

2 comentários:

Anónimo disse...

sinceramente a única coisa que tenho a dizer é que n tenho palavras!
é fantástico o modo como se consegue expressar e ao mesmo tempo atrair-nos.
vi-a no jornal de oeiras com a senhora de Cambridge (seria cambridge?)
e já pus um novo post no blog, para n ter razões de queixa :P

beijo enorme

Anónimo disse...

Bravo!Continuas a "encantar-nos" com a tua bela prosa!Continua!
bjs,Cristina (EF)...já sabes agora quem sou :))