segunda-feira, 29 de maio de 2017

Vidago Palace

Já desde o ano passado que andava de olho neste hotel, sonhando conhecê-lo.
A viagem até Vidago é longa, mas valeu cada km percorrido. Paramos na bairrada para atenuar o tempo da deslocação para almoçar o leitão, de que tanto gostamos e seguimos caminho. (Recomendamos o Rei dos Leitões).
Chegados ao hotel o deslumbramento acontece mesmo sem entrar no edifício propriamente dito. A sua imponência impressiona pela grandiosidade e beleza da fachada. A sua construção reporta ao início do séc. XX, mas a remodelação foi recente e esteve a cargo do arquiteto Siza Vieira. (Consta q pretendia alterar a fachada e que o impediram. Ainda bem! O acrescento onde funciona o SPA está de facto ao estilo deste pritzer mas, nem por isso destoa, aliando o contemporâneo ao mais antigo de forma equilibrada e estética.)
Nada melhor que umas imagens. Aqui deixo algumas do jardim, da fachada e da escadaria maravilhosa que nos dá as boas-vindas assim que entramos.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

DESAJEITADA ME CONFESSO

Havia água e eu não nadei
Tinha barbatanas, mas não consegui dar aos pés
Tinha óculos, mas não via nada
Tinha o tubo, mas não fui capaz de respirar
Tinha a companhia dos golfinhos, ali a chamar por mim, mas atrapalhei-me e NÃO NADEI COM ELES!!!! :'(
Além disto, havia água por todo o lado!

Apreciei os bichos, tirei fotos e deixei-me enjoar em alternativa. DESAJEITADA! Ah e roí-me de inveja dos ajeitados.


Ponta do Ouro - aquele destino exótico

Para passar o fim de semana escolhemos a Ponta do Ouro, no sul de Moçambique, encostadinho à Áfica do Sul.
Encontramos natureza em estado quase puro: uma praia fantástica, praticamente vazia, larga e comprida, protegida por dunas, vegetação q.b., um mar azul, com água morna e ondas de espuma branquinha, zonas mais rochosas com pocinhas amorosas, golfinhos simpáticos, enfim o paraíso.
Porém, não se deixem enganar os que gostam de uma praia deserta, selvagem ali ao lado, com a civilização do outro, com o luxo que as estâncias turísticas ocidentais proporcionam. Aqui, vive-se o ambiente local sem pretensiosismos nem intenções de agradar artificialmente aos que estão de visita.
Num letreiro podia ler-se "All you need is Love & the Beach" e sendo assim, ali estava tudo!
Depois de um período a que podemos chamar aculturação, já não estranhavamos as "estradas" de areia, a inexistência de passeios para peões, pois claro!, a fraca iluminação à noite, as zonas comerciais à la Africa, sejam lojas ou mercados ao ar livre, enfim outros luxos que nos fazem dar valor a uma padaria/pastelaria onde encontramos "natas" estaladiços e cremosos, provavelmente os melhores pastéis de nata do mundo, que nos levam a apreciar um jogo de futebol como um ótimo programa de domingo à tarde, já para não falar da emocionante observação de morcegos da esplanada do restaurante.

A PRAIA



A MARGINAL/O CENTRO NEVRÁLGICO DA PONTA


A "NOSSA" BOUGAINVILLA



PROGRAMAÇÂO VARIADA




A IGREJA, O ADRO E A SUA MACHAMBA

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Maputo - Ponta do Ouro - Maputo

Viajar pelas estradas de Moçambique promete sempre aventura.
Desta vez para sul, os caminhos não desapontaram a expetativa.
Claro, que à volta de Maputo as estradas são normais (segundo os meus padrões), mas entretanto vamos encontrando outros pisos. Parece que "a estrada boa" está para chegar, mas, enquanto isso não acontece, a que serve os viajantes oferece animação.
Uma estrada em construção aparente (digo aparente pelo aspeto, pois encontramos pouquíssimos troços com trabalhadores) ladeava a faixa circulável, mas sempre que possível subimos ao piso mais liso até encontrar ramos atravessados, ou crianças a brincar que impediam a continuação. Fica sempre a questão, "de onde vêm estas crianças?", uma vez que não se avistam habitações num raio ao alcance dos olhos.
Várias vezes encontramos manadas que ocupavam o nosso trajeto. Felizmente que, de tantos em tantos quilómetros, pudemos confirmar o percurso com transeuntes sempre disponíveis e amigáveis.
(na foto vemos a estrada em contrução num nível mais elevados e um simpático guardador de vacas com as respetivas.)


ÚLTIMO TROÇO ATÉ À PONTA


Mas o melhor estava para vir.
A estrada agora encontrada não passava de caminhos areados, com areia muito fina e de difícil circulação. Além do piso propício ao atolamento, o desafio maior era acertar naquele que nos levaria ao nosso destino. Às vezes a escolha fez-se mais pelo estado do terreno do que por outra coisa. Um ou outro caminhante solitário assegurava-nos de que a Ponta do Ouro seria em frente, o que nos dava alento para continuar, apesar de as rodas, em alguns momentos, não rodarem como gostaríamos, tal era a areia na "faixa de rodagem".
(os caminhos do Zitundo até à Ponta)


REGRESSO

Como forma de prevenir, perguntamos, a quem sabe, qual o melhor caminho de volta. Claro que, quando os pontos de referência são postes de eletricidade, antenas de comunicação, bifurcações, subidas e descidas, as indicações de pouco servem a quem é novato nas redondezas.
Sábio foi quem nos respondeu: "Ó amigo, aqui os caminhos são a olho, parece que estamos na Índia!..."
Munidos de tantas recomendações e com a pressão dos pneus a 150, como recomendaram, pusemo-nos ao caminho. Vindo do céu, já sentado à nossa espera estava o Márcio.
Márcio anda na escola na Ponta do Ouro, na 8.ª classe, mas vive no Zitundo, onde só se estuda até à 7.ª. Demora 2h para cada lado, mas garante que vale a pena.
O que o Márcio não imagina é que a boleia que lhe demos foi uma enorme ajuda para nós. No ouvido, fiquei com a sua voz suave, apesar dos seus 13 anos a indicar o caminho, carregando levemente nos "r", "PaRa a diReita". Ainda nos mostrou o posto onde se enchem/esvaziam pneus e retomamos a pressão própria para as próximas estradas. Valeu-nos um medidor de pressão que o pai do Paulo lhe oferecera há muitos anos. Se não a tivessemos, seria "a olho", enchendo e apalpando o pneu, técnica muito utilizada por estas bandas.
Preço total: gratificação ao Márcio + serviço de pneu + gorjeta(4x mais do que o custo do serviço) = 3€
(O Márcio e eu no posto de abastecimento de ar para os pneus, no Zitundo)


DE KATEMBE A MAPUTO

Na ida fomos de carro dar a volta para não atravessar o rio de barco, pois o tempo de espera não compensava.
No regresso usámos o barco para a travessia.
Palavras para quê? Ficam as fotos


terça-feira, 25 de agosto de 2015

Moçambique - pela estrada fora

É impressionante a forma como se transportam pessoas e mercadorias pelas estradas de Moçambique. Além de ser um perigo para os diretamente envolvidos, quem circula por perto também se vê ameaçado pela negligência.
A verdade é que é de uma normalidade, vulgaridade que assusta quem não está habituado a estas coisas. É muito fácil encontrar cargas muito tortas, inclinadas a parecer que se desmoronam a qualquer momento, cargas pesadíssimas que forçam a suspensão do carro brutalmente, cargas muito diversificadas amontoadas e protegidas por colchões de cama, dos lados, cargas altas com pessoas em cima. Cheguei a ver camiões cheios de madeira com cabrinhas em cima (aparentemente soltas) e chapas (carrinhas de transporte de pessoas) com sacos de farinha (10 ou 20kg) em cima, sem qualquer preocupação, apenas colocados em cima da carrinha.
As fotografias mostram um bocadinho o que fui vendo. A qualidade é medíocre, pois foram todas tiradas em andamento, muitas vezes já o sol se tinha posto, mas acho que são elucidativas.













sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Arquitetura em Maputo

(Não sou de todo entendida na matéria, apenas aprecio o que vejo.)
Ao circular de carro pelas ruas de Maputo deu para perceber como esta cidade foi bonita, grandiosa mesmo. Há edifícios completamente degradados e abandonados, palacetes autênticos com pormenores de uma beleza que se salienta do todo em ruínas. Há outros em uso mas sem a manutenção necessária para garantir o seu charme. Mesmo assim, ainda se encontram alguns conservados que nos fazem parar e merecem uns cliques fotográficos.
No outro dia vi um edifício que me chamou a atenção pelas características modernistas e depois, em conversa com quem vive cá há algum tempo, percebi que é uma das várias obras do arquiteto Pancho Guedes. Não o conhecia, pesquisei um pouco e vi como deixou marcas nesta cidade. Há alguns exemplares que o testemunham, mas não consegui encontrar alguns e sei que outros até foram demolidos.
Há marcas evidentes de modernismo aqui e ali, em alguns casos camufladas de degradação, escondidas por trás dos muitos carros estacionados e perdidas no meio de gradeamentos de janelas e varandas. 
Pormenores de Arte Nova vão alindando as vistas nas ruas esburacadas e empoeiradas, sejam pequenos painéis de azulejo, mosaicos que parecem pinturas nas paredes laterais dos prédios, os recortes das varandas, adornos geométricos... 
Deixo algumas imagens elucidativas

(De Pacho Guedes, em cima)






Painel em mosaico, de Gustavo de Vasconcellos (brasileiro) num prédio do arqº. Alberto Soeiro. Este foi mandado construir para instalar a TAP, em 1960 (ainda legível o painel publicitário - "A Linha Portuguesa") Mais tarde, juntou-se também o Banco Montepio de Moçambique, depois da independência foi nacionalizado e é onde funciona agora o Ministério dos Recursos Naturais.(em cima)


(De repente até parece uma enorme cidade europeia)