domingo, 27 de julho de 2008

SLÁN ABHAILE

Nunca escrevi tanto em tão pouco tempo. Estou surpreendida, mas deve ser desta disponibilidade e abertura com que aqui cheguei. Viver cada momento, reparar em cada pormenor, perdurá-lo ao partilhar com outros foi a melhor experiência.
Deixei de simplesmente passar pelas coisas, permaneci nos detalhes e prolonguei as sensações que me despertaram. Declaro a minha ânsia em relatar os meus passos. Terá sido influência desta terra de contadores de histórias? Ou foi o quarto minúsculo que me despertou para a criação?
Agora entendo porque não consegui tudo como planeara: o curso, a data, a família de acolhimento. Estava reservado para mim um menu especial, que me traria esta enorme satisfação que foi poder estar em contacto com todos os que me leram, em geral, mas muito particularmente com os que comentaram (directamente ou por mail). Paulo, Tita, JR, Seborro, Zita, Isabel, Isabel , Alexandra , Eduardo, Filipe, Rosa, Carla, Rita, Renata, Cristina, Lícia, José, Xaninho, Alexandra. MUITO OBRIGADA, foi muito especial ler os vossos comentários.
Tenho que deixar aqui a minha enorme gratidão a todos os que me foram alimentando e estimulando.
Vivi uma experiência única. ACONTECEU MAGIA.

Notas Soltas (provavelmente as últimas da Irlanda)

Killarney, Killens, Kilkenny
Na toponímia irlandesa é fácil de reconhecer KILL como primeira sílaba, em nomes de vilas e aldeias. Todas elas derivam do Gaelic, Cill, que significa igreja. Já sabem, um local chamado Kill... tem, por certo, uma igreja.

Nomes
Ao longo da história da Irlanda, os nomes e apelido têm desempenhado um papel curioso. Começa desde logo com as primeiras sociedades existentes por aqui, que foram os clãs. Os O'Leary, O'Mahoney, McAuliefe, etc têm origem milenar acarretando uma imensa história de triumfos e derrotas.
Assim como os apelidos,os nomes próprios denunciam origens e foram muitas vezes inconvenientes. Na história recente, na luta entre católicos e protestantes, separatistas e unionistas a identidade adivinhava-se também pelos nomes. Mas não só. A morada também era indício, já que cada rua, cada bairro pertencia a determinada religião.
Na Irlanda actual encontramos, no top ten, nomes próprios como Sean, Cenor, Cian, Aoife, Ciara ou Niahm de origem gaélica, mas também Jack, Daniel, Emma, Sarah, etc.

sábado, 26 de julho de 2008

Cliffs of Moher

Ailltreacha Mothair


Reservei o meu último dia neste país fantástico para viajar até aos Cliffs of Moher. Depois das paragens em Limerick, Burren, Doolin era agora o momento mais aguardado do dia.
Esta é a atracção da Irlanda com mais turistas e percebe-se porquê. É majestoso o cenário dos penhascos gigantescos que separam a terra do oceano, trata-se de uma vasta fronteira de rocha rasgada com golpes verticais que deslumbra qualquer visitante.
Como fundo, o som de uma harpa que uma voz melodiosa acompanha e mais abaixo uma flauta. Sons da Irlanda.
A cena até podia ser inspiradora, mas os numerosos turistas de um lado para o outro roubaram-me a magia. Ou sou eu que já estou de partida? E já vou perdendo a capacidade de submergir, presa que estou à racionalidade de quem vai retomar a sua vida?


Burren

Boireann (rocky country)
Continuei viagem percorrendo paisagens incríveis. Da janela do autocarro deslumbrei-me com os campos verdes salpicados de pintas amarelas e brancas, o horizonte recortado suavemente por colinas, ou mais abruptamente por abetos altos de ramos arrepiados. De um e de outro lado, pedaços de terra contornados por filas de pedras sobrepostas garantido um patchwork de amarelos esverdeados, verdes amarelados. A rotina descansada das vacas, um casebre isolado ou uma ruína de um castelo de um qualquer clã (McCarthy, O’Brien, O’Sullivan...)
A região de Burren é peculiar pelas suas características geológicas e botânicas. O perímetro da Costa Atlântica desenha-se com enormes penhascos compostos por rochas calcárias expostas à erosão contínua. Pude pisar as lajes esburacadas em direcção ao despinhadeiro. Aqui nos pedaços de terra que sobram há um convívio único de plantas tipicamente de regiões geladas com outras de climas quentes.

Neste parque natural encontrei uma aldeia minúscula, Doolin. Pareceu-me acolhedora e própria para os viajantes mais arrojados que se atrevem de bicicleta nas suas viagens.




(Como já estou farta que me tirem fotografias tortas ou desfocadas, resolvi usar o temporizador da máquina. Menos mal...)

Limerick

Luimneach
Esta cidade foi fundada pelo Vikings no séc. X, que, tal como os Normandos, deixaram património: castelos, fortes, igrejas e catedrais.
Limerick estava ainda adormecida quando o autocarro que me levava chegou. Resolvi seguir as indicações walk along the river. Ao longe avistei uma ponte e, do outro lado do rio Shannon, adivinhava-se tranquilidade. Soube-me bem caminhar de manhã numa cidade calma.
Passei por uma zona residencial privilegiada, muito bem cuidada: casas grandes esteticamente interessantes, jardins arranjados com vista sobre o rio.
Tendo o castelo sempre como mira, avancei em direcção a outra ponte. Cheguei à área medieval da cidade onde apreciei o King John’s Castle, uma igreja e a Treaty Stone.
Quando regressei a Arthur’s Quay, já o reboliço próprio de uma manhã de sábado se levantara. Passeei-me pelas ruas comerciais e pude verificar que se trata de uma cidade com artérias largas e arejadas, edifícios mais imponentes do que em Cork, predominando o estilo Georgiano. Fez-me lembrar Dublin.

Limerick ficará para sempre associada à imagem de miséria e provação, por ser o lugar onde se passa grande parte da acção de Angela’s ashes de Frank McCourt. Este livro conta a provação que o autor, enquanto criança, viveu, numa Irlanda extremamente pobre. Um tempo em que, segundo McCourt, os narizes de transformavam em fontes e os pulmões em esponjas de bactérias e que não valia a pena ser-se criança... (uma boa proposta de leitura, para quem se interessa pela história dos emigrantes irlandeses.)


Luimneach

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Blarney Castle and the Stone of Eloquence

Mais uma tarde livre, reservada para visitar Blarney, pequena aldeia na região de Cork, famosa pela Stone of Eloquence, à espera de ser beijada no cimo da torre de um castelo.
O espaço em redor do castelo é de acesso restrito, o que significa pagar para entrar.
A vasta zona arborizada já não era novidade para mim ao fim de quase duas semanas de exploração pela ilha. Desta vez soavam delicados acordes que segui curiosa. (bem gostava de colocar aqui um vídeo, mas é pesado demais, não dá!) Os meus ouvidos conduziram-me a uma encenação deslumbrante, onde predominava o verde mais viçoso do prado, emoldurado por árvores centenárias; no palco tocava-se flauta transversal, violino e duas concertinas.
O castelo já espreitava entre o copioso arvoredo, mas, até lá, acompanhou-me um riacho encantador cuja musicalidade servia de fundo ao quarteto feminino que deixara para trás. Ao aproximar-me aumentava a excitação por estar prestes a beijar a Stone of Eloquence. Acelerei o passo e mais uma vez o ouvido me arrastou. O ritmo era conhecido, a sonoridade muito familiar: dois jovens à porta; uma guitarra e um acordeão de botões.
Foram eles que ditaram o compasso das minhas passadas em direcção ao topo. Uma escadaria muito apertada, em caracol e com degraus acanhados conduziu-me à Young Ladies Room:
The difference between blarney and baloney is this:
Baloney is when you tell a 50-year old woman that she looks 18.
Blarney is when you ask a woman how old she is, because you want to know at what age women are most beautiful.

In Young Ladies Room

Prossegui até pisar o último degrau que me entregou ao último piso, onde pude desfrutar de uma vista soberba (as fotos mostram) e onde me esperava a tal pedra.





I KISSED THE STONE
Já me tinham falado da pedra, que ao beijar nos daria o dom da eloquência e que teríamos de o fazer de costas, dobrando o pescoço para trás. Ora, ninguém me alertou para o facto de que eu tinha que me deitar no chão e que por baixo da minha cabeça havia um buraco. Sim, sim - não sei se repararam na altura na torre – o chão está muito lá ao fundo...
Não achei que era suficientemente corajosa para o fazer e não me atrevi. Como sou uma mulher de sorte, neste dia não havia as longas filas que normalmente obrigam os turistas a uma longa espera até ao beijo ansiado e pude, por isso, deambular por ali indecisa, vou, não vou, vou, não vou... Fui!
I kissed the stone! Tirei os óculos, o casaco, a mala... chuac! Senti-me vitoriosa! Foi mesmo mágico! A torre em pedra de 1446, a vista panorâmica, toda a atmosfera inspiradora que embalou o meu percurso suscitaram em mim emoções novas que desembocaram no admirável encontro mágico que relatei aqui.

No cantinho das fadas

Para a Inês e para o Francisco, de quem tenho saudades

A tarde ainda não ia a meio quando espreitei sobre a cerca. O céu, pintado de tons de azul e pincelado de branco, servia de palco à dança das nuvens, que passavam e deixavam antever o sol tímido. Soprava uma suave brisa e, ao longe, ouviam-se águas em calmo frenesi. Ao lado, uma portinhola baixa, por onde passei inclinando a cabeça. Uma seta branca, numa tábua de madeira indicou-me o caminho e eu fui.
Rodeada de árvores gigantes que me tapavam o céu, segui por ali. Senti uma comichão na palma da mão. Não liguei, mas por pouco tempo. Era impossível ignorar aquelas cócegas e tive que confirmar o que de anormal se passava com a minha mão direita.
Ao desviar o olhar do meu trilho, virei os dedos e aproximei-os dos meus olhos. Nada mais, nada menos: uma minúscula criatura pegava-me pela mão, como se me quisesse levar com ela. Consenti.
Senti um arrepio ao mergulhar na imensidão do verde e, ao mesmo tempo, dentro do meu peito dois lábios alongavam-se e sorriam. Uma sensação única, um sentimento grandioso de felicidade. No meu peito abria-se um sorriso.
Mesmo com linguagens diferentes eu ia percebendo para onde a fada me queria levar. Segui-a e aceitei o convite para brincar. Escorreguei pelas longas raízes que saíam do chão, baloicei nos ramos das árvores mais resistentes, escondi-me entre as gigantescas pedras de um dólmen e pulei sobre a água do lago, desenhando leves círculos na superfície transparente.



Passámos pelas pedras dos druidas e corremos em frente à cozinha das bruxas. Fomos dar à clareira onde todos os gnomos, fadas e seus amigos se encontram para grandes festas.
Subi pela escada dos desejos, um túnel com degraus que me levou ao andar de cima. Era todo forrado de pedra fria mas muito macia (acho que os gnomos também se divertem a escorregar por aquelas paredes...).
Respirei fundo e senti uma enorme vontade de saltar e rir, dar gargalhadas e gritar de felicidade. Voámos sobre os arbustos, por entre os braços das árvores que se desviavam para nós passarmos. Conheci os recônditos lugares onde as fadas dormem e os secretos esconderijos que usam para vigiar os humanos.
Foi detrás de um enorme cogumelo que a minha amiga me avistou, disse-me depois que me ouvira a chamar por ela...
Envolta em magia, virei o pulso da minha mão esquerda e olhei para o relógio. Eram quatro horas! De repente pensei, onde estaria aquela portinhola por onde eu tinha entrado. Nunca mais encontrei a minha simpática companheira. (Gostava de ter tirado uma fotografia com ela, para vos mostrar.) Levantei a minha mão direita, rodei-a e fixei nela o meu olhar. Eu segurava entre os dedos um trevo da sorte...







Corri para casa para escrever a maravilhosa e inesquecível experiência que vivi. Agora solta-se uma lágrima...

Dancing thru the Ages


A música é poderosa, desperta emoções de forma única. Alegra, tranquiliza ou pode agitar, comove, anima... afinal só temos que escolher a que mais se adequa ao nosso momento.
A Irlanda é o país da música. Em cada esquina há dois pubs com música, nas ruas tocam-se instrumentos, a solo ou em grupo, para quem passa.
Aliada à música está a Irish dancing, que conhecemos de espectáculos como Riverdance. Foi esse o meu programa para a noite: Dancing thru the ages. No palco três feixes de luz: verde, branco e laranja.Eram holofotes a produzir o efeito da bandeira da Irlanda. Uma voz, em Gaelic a anunciar o início do espectáculo.
Soltam-se os primeiros acordes. Dançarinas invadem o palco com uma energia contagiante. Ao som de cordas de um violino (fiddle, na Irlanda), duas guitarras acústicas, uma bouzouki irlandesa, de flautas, de concertina irlandesa e instrumentos de percussão deixei-me arrastar pelo ritmo estonteante.
Absolutamente fantástica é a forma como as dançarinas mexem os pés e as pernas. Os movimentos são tão acelerados que nem os distinguimos, na contínua e vertiginosa agitação.
É obviamente impossível não mergulhar na sonoridade. Dou por mim a levantar os dedos dos pés, ou os calcanhares a marcar compasso, logo a seguir a cabeça também mexe e o tronco acompanha abanando-se. Tive momentos de êxtase, a música apoderou-se de mim e eu deixei... amazing, breathtaking, excellent, unforgetable. The best highlight of the week (ouvi eu de um adolescente).
Esta há-de ser das melhores recordações que levo da Irlanda. Foi incrivelmente absorvente: os sons de cada instrumento, tocados com agilidade impressionante, a circulação harmoniosa e entusiasta das dançarinas e a voz doce e suave das canções celtas.
A audácia de fundir a tradição à contemporaneidade foi surpreendente quando dei conta que tocavam e dançavam uma canção do Michael Jackson.
Um arrepio do princípio ao fim!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Cobh

Cobh é uma pequena vila emblemática, cheia de memórias históricas, que a sua localização proporcionou.
Em 1849, as autoridades locais decidiram apelidá-la de Queenstown, assinalando a visita da Rainha Victoria. Claro que depois de 1920 e passada a guerra da independência, esta vila volta a ser chamada Cove, na forma original Cobh.
Conhecida e apreciada pelo entretenimento que proporcionava aos visitantes na época vitoriana, esta era paragem para muitos que se deleitavam com o porto, as regatas, os banhos de mar. Estas actividades acabaram por propiciar eventos culturais: dança, ópera, teatro, atraindo turistas endinheirados.
Pude confirmar a excepção na riqueza dos edifícios que, comparando com outras cidades de arquitectura pobre, estão bastante cuidados, têm detalhes decorativos e brio nos acabamentos. Fez-me lembrar pequenas cidades turísticas francesas. Mais uma vez encontro a cor como elemento principal e decisivo na imagem da vila.





Mas a história de Cobh conta muito mais:
- daqui partiram 2,5 milhões dos 6 milhões de irlandeses que emigraram para o continente americano (Canadá e EUA). É impressionante! Foi a fome (Great Famine) e a miséria que empurraram desde 1820 cerca de metade da população da Irlanda para o outro lado do Atlântico;
- foi aqui que o navio mais famoso do mundo fez a sua derradeira paragem. O Titanic vinha de Liverpool e atracou neste porto, onde embarcaram muitos passageiros.
Visitei uma exposição incrível com imensas fotografias da ocasião, o menu para a 1ª classe e um depoimento comovente da sobrevivente mais nova. (tinha 9 meses)
Deixo aqui o cartaz que publicitava a viagem (interessante, não é?)



- o Lusitânia (outro navio a vapor) afundou-se ao largo desta costa, quando na 1ª Guerra Mundial, os alemães o bombardearam, matando quase 1200 pessoas. (A exposição é muito pouco simpática para os alemães. Tem inúmeras frases acusatórias do tipo: só os alemães podem matar crianças assim! Que bom que é ser portuguesa!)

Neste museu há registos dos nomes de todos os emigrantes que oficialmente partiram deste porto. Quem tiver por aqui ascendência...

Notas Soltas 3

Gaelic
A língua irlandesa é disciplina obrigatória nas escolas, mas nem por isso é muito falada. Eu acho que se trata de mais uma questão de orgulho nacional. A prová-lo, temos, por exemplo, as palavras ligadas ao poder que nunca poderiam coincidir com as dos ingleses (!).
Aqui não há Police, mas sim Garda.
Aqui não há Prime Minister, mas sim Taoiseach.

Já agora. Os Garda não usam, normalmente, armas de fogo, apenas um cacetete. Povo pacifico!

Um anuncio curioso (chocante!)
Um pai e um filho de 3-4 anos vão ao supermercado. A criança vai pedindo ao pai para comprar produtos do seu agrado. O pai diz que não, o filho faz uma birra. A criança chora, grita, bate com os pés, atira-se para o chão. O jovem pai sopra de desespero. Toda a gente olha com ar reprovador...
O anuncio termina, com a seguinte frase: use condoms.
Claro que este anúncio nunca poderia passar na Irlanda. É norueguês.

Na Suécia
Na Suécia os jovens com 18 anos que não tenham terminado o secundário recebem um subsídio para estudarem. Mais de 100 euros!!!! São penalizados se faltarem ou reprovarem!!!!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Cheers

Os pubs fazem parte da história e da rotina dos irlandeses e hoje, tal como ontem e no outro dia e no outro... fiz jus ao provérbio e fiz-me romana, à séria, com Guinness e tudo!
Ainda tentei disfarçar, mas foi impossível, com tanta máquina fotográfica a registar o momento: agora as duas, agora as três, agora à porta, vamos tirar uma ao balcão. Say cheese! Say bananas! Say guinness! Deixa ver! Esta ficou gira! Ai nesta estou marreca! Tira outra... Não ponhas essa no blog!
Com tanto flash, o resultado tinha tudo para ser perfeito. De facto, a escolha foi difícil, mas não pela qualidade das fotografias. Uma escura, outra torta, tremida, olhos vermelhos...
Enfim uma noite à portuguesa regada de Guinness em atmosfera very Irish.
Mais uma vez contam os afectos.

Having dinner

Em férias, ou longe de casa os pratos mais tradicionais são sandes e saladas, o que até sabe bem nos primeiros dias. Faço sempre questão de provar as especialidades dos países/cidades/aldeias que visito e, como sou uma curiosa na cozinha às vezes procuro, em casa, repetir os sabores dos pratos típicos.
Neste pedaço sólido de oceano, as sandes e saladas coincidem com os pratos mais tradicionais e nem sempre é possível optar pelo que mais apetece.Temos que fingir que estamos em casa e que temos tudo o que precisamos e cozinhamos. Foi o que fiz. Não saiu mal... e para quem raramente come comida quente, eu diria mesmo, delicioso!
Adivinhem o que é...

Notas Soltas 2

AMORES PERFEITOS
Há uma flor de que gosto muito e que tenho encontrado nos vasos decorativos das casas e ruas dos lugares por onde tenho passado: Amor-Perfeito.
Agrada-me a variedade de cores que se pode encontrar nesta espécie e o degradé em todas elas. O nome que alguém um dia lhe deu também favorece esta minha preferência.
Puro engano!!!!! O que para nós, falantes de português, é um Amor-Perfeito, para os alemães é Stiefmütterchen (madrastazinhas); para os eslovacos, sirôtka (orfão).Os espanhóis chamam-lhes pensamientos, menos mal! Os ingleses? Apenas pansy (sem tradução, que não seja o nome da flôr).

EDUCAÇÃO
Desconfio que nos andam a enganar, ao fazer da Irlanda um exemplo, no que diz respeito à política educativa.
Sinceramente, não me parece que o nível de instrução seja elevado e não me parece um povo especialmente interessado em eventos culturais.
Fui a uma livraria, procurava um livro, dirigi-me ao balcão. Pedi pelo nome da escritora, o rapazito não conhecia, ainda tentou escrever no computador, mas sem êxito. Pediu-me o título e tentou no pesquisador mais uma vez. Parecia tarefa difícil, tentou a segunda palavra, os resultados não correspondiam. Mais uma vez tentou a primeira palavra. Ao ver que o problema era ortográfico, soletrei-lhe U-N-A-C-C-U-S-T-O-M-E-D. Assunto resolvido. Ora, um empregado de uma livraria não sabe escrever????? No mínimo estranho.
Já agora, a professora que classifiquei de medíocre também dava imensos erros ortográficos.(Será excepção?)
Hoje um dos professores disse que a Irlanda é dos países europeus onde se vendem/lêem mais jornais. Óptimo, diríamos, povo culto e interessado. Mentira!!! Quem lê jornais, compra mais do que um. Há muita gente que não os lê.
!!!!!!!!!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Leprechauns and Fairies

Leipreachán
A cultura irlandesa está envolta em misticismo. Pelo menos é a ideia que os estrangeiros costumam ter.
As paisagens verdejantes, mas sombrias pela falta de sol radioso, as nuvens que vão e vêm, a humidade, os lagos e nascentes nos bosques estimulam a imaginação. Por outro lado, a tradição oral de um povo pobre difundiu essa capacidade de criar personagens, histórias e lendas encantadoras.
Os Leprechauns são um exemplo. Pequenas criaturas masculinas que vivem algures na floresta e que conduzem a um pote de ouro.
O seu nome poderá ter derivado do Gaelic leath bhrogan (sapateiro), mas normalmente atribui-se a sua origem à palavra irlandesa para pigmeu, luacharma’n.
Seja como for, são personagens muito engraçadas e bem dispostas (pregam algumas partidas...) que, juntamente com outras fadas, fazem parte da vida da ilha.

Portas

Assumo que, ao vaguear pelas ruas de uma nova cidade, tenho tendência para olhar para cima e apreciar a arquitectura dos edifícios. Gosto de espreitar pelas janelas, mesmo que seja para ver as cortinas, mas prefiro vidros transparentes sem barreiras e deixar os meus olhos trespassá-los.
Numa outra mensagem aqui deixada, registei a constatação de que, por aqui, as casas não mostram particular cuidado arquitectónico. O uso da cor parece ser a estratégia para impedir que o cinzento predomine.
Hoje, no meu caminho para casa, sozinha (como melhor convém à descoberta) deixei-me perder pelas ruas, ziguezagueando o alcatrão para me encontrar defronte da entrada dos edifícios. Uma porta verde. Outra azul. Ali uma vermelha. Acolá outra em madeira natural. Mais uma pessoa que pára para não estragar, um carro que afrouxa para eu passar... Clic. Clic. Clic. Quinze vezes.
Portas berrantes, portas escuras, sacadas esculpidas, sacadas lisas, vitrais, colunas dóricas, colunas jónicas, arcos em ogiva, arcos de volta perfeita, puxadores dourados, puxadores prateados. Todas elas peculiares. Cada uma é única. Todas dão as boas-vindas aos visitantes, todas acolhem com personalidade. Confirmam o que tenho experimentado: o carácter hospitaleiro do povo irlandês.



segunda-feira, 21 de julho de 2008

Sinais do meu eu

O curso não tem correspondido às minhas expectativas! Sim, é verdade, essa parte não está a correr bem e não tem sido fácil lidar com isso. Acabo por refugiar-me nos belos passeios que tenho dado, nas descrições que aqui deixo e na leitura dos deliciosos comentários que me vão deixando. Obrigada por isso, tem sido muito importante para mim.

Numa das aulas da manhã, sem paciência nem capacidade de concentração fui anotando o que me ia na alma. Aqui vai:
Mais uma manhã pesadelo. Estou farta de perder o meu tempo nesta sala escura e fria. Que seca! Como eu gostava de aprender novas estratégias, enfim... Bem tento aproveitar cada um dos bons momentos, aqueles que me têm inspirado. Felizmente pude passear, conhecer...
O curso é horrível (não é de todo exagero, nem má vontade! Até nem sou de me queixar...)e está a ser difícil de suportar. Os assuntos sucedem-se mais ou menos arbitrariamente; há imensos momentos mortos; o tempo é desperdiçado de forma flagrante. Somos tratadas como professoras em início de carreira, chamam a nossa atenção para aspectos completamente óbvios e estamos longos minutos a ouvir explicações alargadas e desnecessárias.
O que está acontecer é um total desfazamento entre a realidade dos professores que nos dão aulas e a nossa realidade. Eles ensinam pequenos grupos em apenas quinze dias, ou cursos para estrangeiros a trabalhar na Irlanda... nós não.
Há uma atmosfera de desconforto que tem prejudicado todos.


A professora de cultura e história era tão má, que hoje não apareceu. Tivemos aula de substituição. Eu explico: várias pessoas queixaram-se formalmente dela e, na passada Sexta-feira, todas preenchemos um formulário de avaliação. A verdade é que já nos foi informado que ela não virá mais, por razões familiares. (Alguém acredita nesses motivos???)

É fácil imaginar o que sentia quando as aulas terminaram: uma tremenda frustração!
Saí, fiquei contente por ver o sol a brilhar e por sentir a temperatura amena, desci a rua, passei a ponte, fui às compras: livros para os próximos tempos, uma túnica e um casaco de malha às riscas de cores alegres!

Afectos

Os últimos dias têm sido ricos em emoções, um turbilhão de pensamentos. Estar longe da família, sem as preocupações habituais, deixam-me tempo para olhar, matutar, associar, descobrir, aprender... Assim vou crescendo de forma singular e vou dando valor a outras coisas.
Às vezes pareço alguém diferente no meu próprio corpo.É estranho...

Hoje voltei a St. Peter and Paul's Church. Preciso de paciência e serenidade para pensar positivo. Soube-me bem. Não foi imediato, mas recuperei o meu optimismo.

Finalmente tive alguém a quem dar um abraço, dois beijos e com quem falar português. A Paula chegou!
Fui visitá-la (10 minutos a pé)e foi óptimo conversar com ela. No caminho aproveitei a oportunidade única:

Já agora... Gaelic

O Gaelic ainda é muito usado na Irlanda. Este povo tem muito orgulho na sua língua e até adaptam o inglês ao seu próprio idioma.Há locais onde só se fala Gaelic, os Gaeltachts.
Por todo o lado se vêm placas em Gaelic: no trânsito e em variadas indicações. Já agora...




Já agora...
In my cottage I have never heard a word of English from the women except when they are speaking to pigs or dogs.
JM Synge, The Aran Islands

Apontamento histórico

Irish Stew
½ portion neolithic
3p Gaelic clans
3p Christianity
2p Vikings
1p Normans
Let it marinate 4000 years. Add some English portions and stir it.

(Os ingredientes podem variar de porção consoante a cidade/região irlandesa onde se cozinhou esta receita.)

Contrariamente ao que se passa na maioria dos países europeus, que ao longo da sua história sofreram invasões diversas, às quais se foram sobrepondo influências, a Irlanda assimilou as variadas culturas aqui presentes. O desfecho é feliz: um povo com uma excepcional consciência de grupo, com costumes muito enraizados, que fazem parte do seu dia-a-dia. É muito interessante sentir que essas tradições tão antigas fazem efectivamente parte do presente e não se apresentam como obrigação de reconhecimento de um passado longínquo (como julgo que acontece em Portugal, em alguns casos).
A imaginação celta, que apela à criação de seres sobrenaturais e proliferação de lendas e mitos e a tradição oral deixam rastos nos muitos escritores irlandeses, génios de renome. A literatura irlandesa é sem dúvida património mundial: Jonathan Swift, Oscar Wilde, Bernard Shaw, Beckett, Joyce,WB Yeats, Roddy Doyle, Edna O’Brien...
Nesta receita as porções podem variar, mas os sabores celtas e cristãos imperam.


Acabei de confirmar que a tradição celta, que inclui preponderantemente a própria língua Gaelic, quase que foi abafada pela longa submissão inglesa. Foi no reinado de Isabel I que esse domínio se consolidou e, até ao início do séc. XX, os irlandeses foram afastados das suas raízes. Na escola repreendiam-se as crianças que falassem Gaelic, desencorajando-as a sustentar esse pilar da tradição oral. Em associações desportivas havia recrutamento de jovens para o exército britânico.
Foi em entre 1914-16 que a consciência nacional recomeça a levantar-se por iniciativa de Patrick Pearse e James Conrolly que se tornaram os líderes da chamada Easter Rising. Apelando ao sentido de grupo, recordando tradições quase esquecidas, entre elas o catolicismo, estes dirigentes conseguiram agitar a sociedade e, apesar dos oponentes que confortavelmente ganhavam dinheiro à conta da 1ª Guerra Mundial, ganharam seguidores até formar um batalhão de irlandeses voluntários. Assim começa a chegar ao fim a soberania Inglesa...
É neste ambiente que surgem nomes como o de James Joyce, WB Yeats ou Lady Gregory que recriaram toda a mítica dourada do passado celta em oposição à influência anglo-saxónica.
Yeats, poeta vencedor do Nobel para a literatura, quase que tem vergonha dos burgueses acomodados do início do século XX que, nas suas palavras, rezam e juntam dinheiro. (For men were born to pray and save:/ Romantic Ireland’s dead and gone/ It’s with O’Leary in the grave. 1913) esta sua opinião muda, em 1916, quando reconhece uma reviravolta na atitude irlandesa. (I have met them at close of day/ corning with vivid faces(...)All changed, changed utterly:/ a terrible beauty is born.)
Este sentimento ainda se ouve na música tradicional da Irlanda. A diáspora irlandesa paira...
(apenas um apontamento)

domingo, 20 de julho de 2008

Missa em St Francis

Para domingo tinha uma viagem muito aguardada que se iniciaria às 10h. Antes, ainda houve tempo para ir à missa naquela igreja tão especial onde entrei e aqui descrevi há poucos dias.
Assim que passei a enorme porta fiquei ligeiramente decepcionada: em 100 bancos (estavam numerados, não os contei, ok?)caberiam cerca de 900-1000 pessoas e não estavm mais que 100!!!! Média de idades? Nem eu, que era a mais jovem consegui baixá-la, era, certamente, superior a 55 anos!!! Ninguém sentado nas primeiras 7-8 filas... Enfim, não era o que esperava de uma Irlanda católica.
Tive alguma dificuldade em acompanhar a Eucaristia, (mau som e má dicção - a idade não perdoa...) mas o painel que descrevi lá estava e deixei-me encantar mais uma vez, agora com mais tempo: Jesus Cristo ao centro, de um lado os santos Franciscus, Bonaventura, Patrius e Ludovicus, do outro Antonius, Claras, Elizabeth e Finnbar.
No momento da comunhão segui as outras pessoas, não para o corredor central (ninguém se dirigiu para lá), mas para um dos laterais. A fila para a comunhão era horizontal e não vertical, o padre é que foi ter com cada um. À medida que os lugares iam vagando, quem vinha a seguir ocupava-os. Adivinhem onde fiquei. Mesmo no meio, o lugar privilegiado para admirar cada mosaico daquele maravilhoso painel de fundo.
A missa demorou menos de 40 minutos, o padre fez todas as leituras, incluindo o Salmo e não houve nem um cântico. Era Domingo!!!

Killarney - Cill Airne

Altamente recomendada, a zona de Killarney era para mim prioridade. A pequena vila decorada com inúmeros vasos cheios de uma, já normal nestas paragens, mistura colorida de flores, denunciava elevado estilo de vida pelas casas invulgarmente luxuosas e muito bem cuidadas. Também maiores do que as que tenho visto. Os carros estacionados, topo de gama...
O autocarro levou-me ao Parque Natural.O que me esperava? Um castelo perdido no nada, ou melhor no tudo. Um cenário de cortar a respiração. Verde, verde, verde e mais verde sem fim...infinito...
Embarquei no Lilly of Killarney e mergulhei na paisagem inesquecível. Muito perto, escondida na folhagem, uma universidade. Sim!!! Do séc. VII, apenas uma ruína.
Embalada pela águas contemplei o que me envolvia: árvores de muitas variedades, umas mais altivas, outras de copa mais larga, com folhagem mais ou menos abundante teciam um denso tapete matizado de verdes viçosos, que enormes pedras debruavam junto à água.
A tranquilidade da paisagem fazia esquecer a civilização, não fosse o som do motor da embarcação, as cameras digitais e um telemóvel a tocar. Abstraí-me de tudo isso e pude escutar a água, um pássaro, as árvores e uma voz cá dentro a dizer: que lindo!


CURIOSIDADE
A rainha Victoria tinha planeada uma visita a este local. Era uma enorme honra e por isso uma família abastada fez questão de levar a cabo os preparativos necessários. Sua Majestade não faltou, acompanhada, como sempre, de uma enorme comitiva. Apenas ficou um dia. O suficiente para falir essa família, que se viu obrigada a vender os seus pertences a um americano endinheirado.

A viagem continuou, o rádio dizia: It's summertime in Ireland/Winterdays are over/ It's summertime in Ireland/ I'm glad to be here.... (Música tradicional da Irlanda).
Ao todo doze horas de viagem, que encatam os mais exigentes. Montanhas verdes a cercar o nosso caminho, até chegar ao oceano. Grandioso, mesmo!



Os irlandeses também vão à praia, o que me espanta. A temperatura não é convidativa, mas para quem não tem melhor por perto...

sábado, 19 de julho de 2008

Dublin

Parti de Cork às 7.30 e durante quase três horas, tive tempo para dormir, mas também para apreciar a paisagem: longos pastos, a perder de vista, que pareciam satisfazer o gado tranquilamente deitado acompanharam-me sempre até Dublin.
Esta é a imagem que tinha deste país, o verde dos seus símbolos, nomeadamente da bandeira e do trevo.

Dubh Linn
A cidade de Dublin foi fundada pelos Vikings que aqui deixaram património, designadamente o seu nome.
A cidade apresentou-se-me muito agitada (logo às 10am), com estradas cheias de carros e muita gente nos passeios e zonas pedestres.
Cheguei através de uma via ao longo do rio, onde pude admirar pontes muito variadas que atravessam o rio. Estilos diversos conduzem à outra margem: pontes em pedra (romanas) mais antigas, de ferro, mais recentes e até uma estilo Calatrava (primeiro pensei e depois confirmei, era mesmo!)
(Ha’penny, construída em 1816 é a mais bonita. – pormenor na foto)


A primeira paragem foi em Trinity College, universidade fundada por IsabelI, num antigo mosteiro. Aqui estudaram Oscar Wilde, Beckett, Swifft.
Tentei uma visita à biblioteca, mas não foi possível, tendo em conta que filas de espera eram incompatíveis com o meu tempo disponível.
Seguindo o passeio pela esquerda, passei pela imponente torre dos bombeiros, uma grande edifício com uma esquadra da Garda, pela estação de Pearse e pela casa de Oscar Wilde. Mais à frente a estátua do escritor (um must!).


Entretanto optámos por um hop on, hop off, pois ganharíamos tempo e teríamos a possibilidade de ver mais. O motorista/guia era muito simpático. Foi-nos guiando e apresentando a cidade com comentários engraçados e além disso cantava (e bem!).
Passei pelas catedrais principais: Christ Church Cathedral, St. Patrick’s; pela fábrica da Guinness e vários museus.
Faltava sentir a cidade... pé no chão e mapa na mão, lá fomos (uma espanhola, colega do curso e eu. Por sorte ela dá-se bem com os mapas...)

Grafton Street
Rua pedonal, cujos edifícios são essencialmente lojas. Há muita animação: arte urbana de rua e música. Gostei do ambiente, mas muita gente.

Temple Bar
Bairro cultural, um labirinto de pubs e restaurantes.
Aqui decorria um Food Market, por onde não passou a ASAE.
Provei queijo e azeitonas, para enganar as papilas gostativas, apreciei fruta, legumes e flores e conheci a pastelaria. Também estavam representados os alternativos: sushi, burritos, produtos biológicos...

Pubs
São os pubs que concorrem para a peculiaridade desta capital europeia. Em geral espaços acanhados, muito acolhedores, com paredes forradas de fotografias, cartazes emoldurados de bebidas. As mesas e os bancos, ou cadeiras em madeira robusta, assim como o balcão.
Não se fuma no seu interior!!! Mas parece-me que esta imposição não incomoda o tradicional convívio nestes espaços.


sexta-feira, 18 de julho de 2008

Kinsale (Cionn tSaíle)

Com expectativas elevadas rumei a Kinsale de autocarro e ao fim de cinquenta minutos cheguei.
Uma vila portuária, com estradas estreitas acompanhadas de minúsculas casinhas em fila de tonalidades tão abundantes quanto é possível imaginar. A condizer, dezenas de vasos de todos os tamanhos ostentavam amores-perfeitos, petúnias, begónias, hortênsias, alegrias-da-casa, malmequeres...e as minhas preferidas lubélias. Lindas, de todas as cores, adoro as azuis mais escuras, quase roxas. O sol brilhava conferindo fulgor aos tons sortidos das flores e das casas.
Uma combinação simplesmente inebriante: púrpura, rosa, carmim, lilás, violeta, vermelho, amarelo, laranja, ferrugem, uma verdadeira overdose para os olhos. (Pode confirmar-se na foto.) Apetecia pegar naquelas ruas e levar comigo. Construir o meu caminho de casa para o trabalho com aquela paleta de cores.
Em direcção ao forte dos tempos medievais, Charles Fort, fui andando junto ao porto. Podia ouvir as folhas das árvores a abanar ao vento, as gaivotas e a paisagem convidava a um longo passeio. A certa altura, lá longe, avisto o forte. Nem a luxúria da folhagem me convenceu. Voltei para trás e saboreei um pouco mais o arco-íris que me rodeava em dia de sol.



St Multose Church
Um dos monumentos mais antigos da Irlanda, construído pelo Normandos.



Alguns momentos importantes da história da ilha tiveram lugar aqui:
em 1601, uma frota espanhola é derrotada pelos ingleses. As tropas irlandesas ainda tentaram atacar os ingleses, mas acabaram vencidos, tendo como consequência imediata a expulsão de todos os católicos de Kinsale;
no séc.XVIII Alexander Selkirk zarpou, tendo naufragado numa ilha deserta, o que inspirou Daniel Defoe para a escrita de Robinson Crusoe.

Christ the King Church


Tirei esta foto através dos vidros de um autocarro.
Foi isto mesmo o que vi. Pela originalidade merece estar aqui.