sexta-feira, 18 de julho de 2008

Kinsale (Cionn tSaíle)

Com expectativas elevadas rumei a Kinsale de autocarro e ao fim de cinquenta minutos cheguei.
Uma vila portuária, com estradas estreitas acompanhadas de minúsculas casinhas em fila de tonalidades tão abundantes quanto é possível imaginar. A condizer, dezenas de vasos de todos os tamanhos ostentavam amores-perfeitos, petúnias, begónias, hortênsias, alegrias-da-casa, malmequeres...e as minhas preferidas lubélias. Lindas, de todas as cores, adoro as azuis mais escuras, quase roxas. O sol brilhava conferindo fulgor aos tons sortidos das flores e das casas.
Uma combinação simplesmente inebriante: púrpura, rosa, carmim, lilás, violeta, vermelho, amarelo, laranja, ferrugem, uma verdadeira overdose para os olhos. (Pode confirmar-se na foto.) Apetecia pegar naquelas ruas e levar comigo. Construir o meu caminho de casa para o trabalho com aquela paleta de cores.
Em direcção ao forte dos tempos medievais, Charles Fort, fui andando junto ao porto. Podia ouvir as folhas das árvores a abanar ao vento, as gaivotas e a paisagem convidava a um longo passeio. A certa altura, lá longe, avisto o forte. Nem a luxúria da folhagem me convenceu. Voltei para trás e saboreei um pouco mais o arco-íris que me rodeava em dia de sol.



St Multose Church
Um dos monumentos mais antigos da Irlanda, construído pelo Normandos.



Alguns momentos importantes da história da ilha tiveram lugar aqui:
em 1601, uma frota espanhola é derrotada pelos ingleses. As tropas irlandesas ainda tentaram atacar os ingleses, mas acabaram vencidos, tendo como consequência imediata a expulsão de todos os católicos de Kinsale;
no séc.XVIII Alexander Selkirk zarpou, tendo naufragado numa ilha deserta, o que inspirou Daniel Defoe para a escrita de Robinson Crusoe.

4 comentários:

Paulo disse...

Olá fofinha

Acho que valeu a pena os 50 minutos de autocarro.
Afinal, junto ao mar o sol também aparece e existe cor para lá do cinzento...
Fico contente por ver que estás a divertir-te e a aproveitar bem o tempo.
Gostei muito das fotos e só tive pena que não desse para descreveres o cheiro das flores... mas deu para ficar com uma ideia.
Vai dando mais sinais.

Anónimo disse...

Desconhecia esse teu dom para a adjectivação; quase que sem a imagem visualizei Kinsale... Absolutamente "divine".É para viver ou só para passear? Parece um espaço criado com esse propósito, o de alegrar o olhar com essa paleta de cores que desconhecia existir num local que sempre imaginei escuro.

Anónimo disse...

Marlene, que bem que escreves. Estamos contigo nesta viagem. Bjs Zita

Anónimo disse...

quando discutia comigo no messenger o nome do blog, ia dizendo que era só para falar da viagem e que depois logo veria se continuava a escrever ou não.
Lamento informá-la, mas ninguém a vai deixar parar! :)
É me impossivel passar um dia sem vir espreitar os seus sinais!
Um beijo enorme