sexta-feira, 25 de julho de 2008

Dancing thru the Ages


A música é poderosa, desperta emoções de forma única. Alegra, tranquiliza ou pode agitar, comove, anima... afinal só temos que escolher a que mais se adequa ao nosso momento.
A Irlanda é o país da música. Em cada esquina há dois pubs com música, nas ruas tocam-se instrumentos, a solo ou em grupo, para quem passa.
Aliada à música está a Irish dancing, que conhecemos de espectáculos como Riverdance. Foi esse o meu programa para a noite: Dancing thru the ages. No palco três feixes de luz: verde, branco e laranja.Eram holofotes a produzir o efeito da bandeira da Irlanda. Uma voz, em Gaelic a anunciar o início do espectáculo.
Soltam-se os primeiros acordes. Dançarinas invadem o palco com uma energia contagiante. Ao som de cordas de um violino (fiddle, na Irlanda), duas guitarras acústicas, uma bouzouki irlandesa, de flautas, de concertina irlandesa e instrumentos de percussão deixei-me arrastar pelo ritmo estonteante.
Absolutamente fantástica é a forma como as dançarinas mexem os pés e as pernas. Os movimentos são tão acelerados que nem os distinguimos, na contínua e vertiginosa agitação.
É obviamente impossível não mergulhar na sonoridade. Dou por mim a levantar os dedos dos pés, ou os calcanhares a marcar compasso, logo a seguir a cabeça também mexe e o tronco acompanha abanando-se. Tive momentos de êxtase, a música apoderou-se de mim e eu deixei... amazing, breathtaking, excellent, unforgetable. The best highlight of the week (ouvi eu de um adolescente).
Esta há-de ser das melhores recordações que levo da Irlanda. Foi incrivelmente absorvente: os sons de cada instrumento, tocados com agilidade impressionante, a circulação harmoniosa e entusiasta das dançarinas e a voz doce e suave das canções celtas.
A audácia de fundir a tradição à contemporaneidade foi surpreendente quando dei conta que tocavam e dançavam uma canção do Michael Jackson.
Um arrepio do princípio ao fim!

4 comentários:

Paulo disse...

Maravilhoso o teu texto, parabéns.
Tens de pensar em rever as tuas prioridades e ainda acabas em crítica de arte e de espectáculos musicais.
Deu para "viver" um bocadinho do espectáculo e sentir o que foi mais intenso para ti.
Continua a aproveitar bem o teu tempo e obrigado por partilhares os teus sinais.

Anónimo disse...

Vejo que a diversão foi um dos pontos altos desta viagem. A música é precisamente como a Marlene descreve. Andava a tentar descrever os seus relatos e não encontrava a palavra. Hoje descobri. Há neles uma clareza que nos dão mesmo conta das coisas tal qual são. E essa simplicidade é sempre difícil de conseguir! O seu registo é vivido e "vívido". PARABÉNS E ESPERO QUE ESTES SINAIS CONTINUEM POR TODOS OS LUGARES QUE FOR VISITANDO... Na Madeira... Pelo mundo... No dia-a-dia.

Anónimo disse...

Não sei se sabe mas a minha mãe foi quase profissional de sapateado, então temos um amigo que se dedicou à dança irlandesa. É deveras impressionante! Sempre que o vejo a dançar sinto, ao mesmo tempo, que não pare pela beleza do espectaculo e da musica e que abrande, para perceber como é possivel dançar aquilo. A dança irlandesa é de facto uma arte... é muito dificil só mover o corpo da cintura para baixo, uma imensa concentração.
bjinhos e já tenho muitas saudades suas

João Galvão disse...

Holofotes!? – Hum. Nã…
Chama-lhe Projectores, projectores de recorte. O nome explica tudo. Possibilitam através de um jogo de facas, criar formas no palco. É com este tipo de projector, que se constroem aquelas formas todas bonitas, com desenhos recortados no ar e/ou projectados no chão, potenciados por umas chapas metálicas (Gobos) com os desenhos pretendidos.
O truque da cor que flutua no ar, advém das gelatinas coloridas (filtros) que cada fonte de luz tem à frente, e é reforçado pelo fumo leve (haze) que para o efeito foi previamente disparado.
Quanto às tuas descrições “irlandesas”… Fabulosas! Estou a fazer uma visita guiada a este, que dizem ser, um país com semelhanças ao nosso. Principalmente nas Gentes.
Nunca tinha ido à Irlanda, até começar a ler-te (os sinais).
…And “THE SHOW MUST GO ON !”