terça-feira, 15 de julho de 2008

IMPRESSÕES




Sociais
Olhando em volta, ao passar pelas ruas, é facilmente observável que os irlandeses têm muitos filhos. Tenho-me cruzado constantemente com mães acompanhadas por três, quatro, cinco crianças, há muitos bebés empurrados em carrinhos e numerosos adolescentes, normalmente em grupos, sentados no chão, em muros ou apenas vagueando.
Não admira, é que dados oficiais afirmam que mais de 90% dos irlandeses são católicos, (embora as gerações mais novas não sigam as tradições mais conservadoras) e a Igreja Católica assume uma posição fortemente conservadora, no que diz respeito ao aborto, contracepção, divórcio, opondo-se a qualquer liberalização nestes assuntos.
(Também por estas razões se tem investido tanto na educação. Tem que ser uma prioridade mesmo, quando grande parte da população é tão jovem!!!)
Aqui e ali também dei conta de indivíduos reconhecidamente diferentes dos irlandeses e que não são mais do que exemplos da diversidade cultural que timidamente se vem instalando na ilha. Para mim, habituada que estou ao colorido das minhas salas de aula é quase ignorável, não fosse aqui o número tão reduzido. A verdade é que, hoje, na sessão cultural, a professora afirmou que as consecutivas influências das invasões a que este país assistiu, facilitam o entendimento social da Irlanda actual, que há 10 anos começou a sofrer alterações a esse nível.

Ecológicas
Por estranho que me tenha parecido logo nos primeiros passeios, não se vêem ecopontos. Será que esta gente, de raízes rurais tão profundas não separa o lixo? É verdade, vai tudo para o mesmo saco e nada me contradiz. Eles não são assim tão “verdes”!


Arquitectónicas
Quando vamos a uma cidade pela primeira vez, os edifícios, as suas fachadas apresentam-nos as boas-vindas e começamos desde logo a avaliar a arquitectura. Não é de todo o forte dos irlandeses. Será pela sua ruralidade? Será influência das sucessivas invasões e lutas pela independência? Por certo não houve tempo a perder com pormenores. É exactamente isso que falta nos edifícios desta cidade. Em geral, são pouco (nada!) decorados, quase todos muito semelhantes. Variam as cores... garantidamente para contrastar com o negro do céu e do rio que o espelha.
Por outro lado, os pubs têm uma decoração cuidada, quer no interior, quer nos cartazes que os anunciam... Será uma questão de prioridade? Gostos discutem-se...

Por tudo isto e não só, fez sentido a frase proferida hoje pelo professor de Língua Inglesa: “We stayed 20 years behind, but that’s the nature of Ireland.”

3 comentários:

Anónimo disse...

Minha querida! aqui fica o meu ombro amigo,para te apoiares nessa terra cinzentona. Mas que há magia nas tuas palavras, isso é inegável.
Vais ver, lentamente te adaptas e começas a fazer parte do espaço; é essa a nossa grande capacidade.
Adoro os teus sinais!

Anónimo disse...

Estes sinais estão a dar-me saudades. Não de Cork, mas de alguns momentos que vivi na Irlanda. Hoje comentámos o blog, eu e a Seborro claro!!!!! Estamos a gostar muito desta partilha. Ainda não vi nenhum Leprechaun fotografado. Onde andam esses homenzinhos que realizam os nossos sonhos? Nalgum pub?

Anónimo disse...

Olá!!!!!!! Finalmente cá estou eu, e muito contente por "ouvir" notícias! Estar noutro lugar é, sem dúvida, a melhor forma de crescer: ouvir com gosto, ver tudo, decidir, apreciar, pensar com tempo! E, no regresso, também tudo te parecerá diferente (a mim parece-me sempre!).
Um grande abraço. Tudo a correr bem! Elsa maria