sexta-feira, 25 de julho de 2008

Blarney Castle and the Stone of Eloquence

Mais uma tarde livre, reservada para visitar Blarney, pequena aldeia na região de Cork, famosa pela Stone of Eloquence, à espera de ser beijada no cimo da torre de um castelo.
O espaço em redor do castelo é de acesso restrito, o que significa pagar para entrar.
A vasta zona arborizada já não era novidade para mim ao fim de quase duas semanas de exploração pela ilha. Desta vez soavam delicados acordes que segui curiosa. (bem gostava de colocar aqui um vídeo, mas é pesado demais, não dá!) Os meus ouvidos conduziram-me a uma encenação deslumbrante, onde predominava o verde mais viçoso do prado, emoldurado por árvores centenárias; no palco tocava-se flauta transversal, violino e duas concertinas.
O castelo já espreitava entre o copioso arvoredo, mas, até lá, acompanhou-me um riacho encantador cuja musicalidade servia de fundo ao quarteto feminino que deixara para trás. Ao aproximar-me aumentava a excitação por estar prestes a beijar a Stone of Eloquence. Acelerei o passo e mais uma vez o ouvido me arrastou. O ritmo era conhecido, a sonoridade muito familiar: dois jovens à porta; uma guitarra e um acordeão de botões.
Foram eles que ditaram o compasso das minhas passadas em direcção ao topo. Uma escadaria muito apertada, em caracol e com degraus acanhados conduziu-me à Young Ladies Room:
The difference between blarney and baloney is this:
Baloney is when you tell a 50-year old woman that she looks 18.
Blarney is when you ask a woman how old she is, because you want to know at what age women are most beautiful.

In Young Ladies Room

Prossegui até pisar o último degrau que me entregou ao último piso, onde pude desfrutar de uma vista soberba (as fotos mostram) e onde me esperava a tal pedra.





I KISSED THE STONE
Já me tinham falado da pedra, que ao beijar nos daria o dom da eloquência e que teríamos de o fazer de costas, dobrando o pescoço para trás. Ora, ninguém me alertou para o facto de que eu tinha que me deitar no chão e que por baixo da minha cabeça havia um buraco. Sim, sim - não sei se repararam na altura na torre – o chão está muito lá ao fundo...
Não achei que era suficientemente corajosa para o fazer e não me atrevi. Como sou uma mulher de sorte, neste dia não havia as longas filas que normalmente obrigam os turistas a uma longa espera até ao beijo ansiado e pude, por isso, deambular por ali indecisa, vou, não vou, vou, não vou... Fui!
I kissed the stone! Tirei os óculos, o casaco, a mala... chuac! Senti-me vitoriosa! Foi mesmo mágico! A torre em pedra de 1446, a vista panorâmica, toda a atmosfera inspiradora que embalou o meu percurso suscitaram em mim emoções novas que desembocaram no admirável encontro mágico que relatei aqui.

2 comentários:

Anónimo disse...

Quanta magia, emoção, sensibilidade e ...eloquência! Obrigada por partilhares os teus sinais. Estou completamente fan!
Cristina

Anónimo disse...

You kissed the Stone of Eloquence!!!!
Que inveja!! Mas foste muito corajosa. Aquilo é demasiado "alto e profundo".
Mais uma vez adorei estes sinais.