AMORES PERFEITOS
Há uma flor de que gosto muito e que tenho encontrado nos vasos decorativos das casas e ruas dos lugares por onde tenho passado: Amor-Perfeito.
Agrada-me a variedade de cores que se pode encontrar nesta espécie e o degradé em todas elas. O nome que alguém um dia lhe deu também favorece esta minha preferência.
Puro engano!!!!! O que para nós, falantes de português, é um Amor-Perfeito, para os alemães é Stiefmütterchen (madrastazinhas); para os eslovacos, sirôtka (orfão).Os espanhóis chamam-lhes pensamientos, menos mal! Os ingleses? Apenas pansy (sem tradução, que não seja o nome da flôr).
EDUCAÇÃO
Desconfio que nos andam a enganar, ao fazer da Irlanda um exemplo, no que diz respeito à política educativa.
Sinceramente, não me parece que o nível de instrução seja elevado e não me parece um povo especialmente interessado em eventos culturais.
Fui a uma livraria, procurava um livro, dirigi-me ao balcão. Pedi pelo nome da escritora, o rapazito não conhecia, ainda tentou escrever no computador, mas sem êxito. Pediu-me o título e tentou no pesquisador mais uma vez. Parecia tarefa difícil, tentou a segunda palavra, os resultados não correspondiam. Mais uma vez tentou a primeira palavra. Ao ver que o problema era ortográfico, soletrei-lhe U-N-A-C-C-U-S-T-O-M-E-D. Assunto resolvido. Ora, um empregado de uma livraria não sabe escrever????? No mínimo estranho.
Já agora, a professora que classifiquei de medíocre também dava imensos erros ortográficos.(Será excepção?)
Hoje um dos professores disse que a Irlanda é dos países europeus onde se vendem/lêem mais jornais. Óptimo, diríamos, povo culto e interessado. Mentira!!! Quem lê jornais, compra mais do que um. Há muita gente que não os lê.
!!!!!!!!!
4 comentários:
Cara comadre,
Tenho acompanhado em silêncio este teu deambular pela blogosfera de Cork. E que surpresa: até dá para perceber que foste a uma acção de formação.
Bom, parece-me que o curso, por muito mau que seja, está a ter várias virtudes. Para começar deu-te o mote, o tempo necessário para estares noutro local e noutra cultura -com disponibilidade para observar, para criticar, para interiorizar - e, agora a melhor parte (pelo menos para nós que nos mantemos por Portugal), deu-te tempo para escreveres o que te ocorre sobre o teu dia e estado de espírito. Mas deu-te mais. Deu-te uma bolsa para que possas aproveitar tudo sem o nefasto sentimento do dinheiro mal gasto. Não sendo perfeito, ainda assim se consegue arranjar uma razoável perspectiva para observar 15 dias na Irlanda.
Mas não ficamos por aqui, a maior virtude é que me parece que este curso ainda vai acabar em livro. Assim do género: “Novas oportunidades – de professora a escritora em 15 dias”. O texto é escorreito e a temática interessante (pelo menos para quem te conhece e te imagina nos locais) de modo que, com mais umas fotos e uns eventuais retoques, já só necessitas de editora.
Brincadeiras à parte, acho que o espírito tem de ser mesmo esse, o das novas oportunidades. há uma porta que se fecha mas logo outras que se abrem e que permitem usufruir de algo que parecia condenado à partida.
Que se lixe o curso. Assim como assim a Maria de Lurdes não deixa que ele sirva para nada. Por isso desejo-te: bons passeios; boas fotos e melhores crónicas (ainda assim, tenho a certeza que muito ficará por dizer).
BEIJOS
Eduardo Alves
Sobre a Educação ou fraca educação dos irlandeses é melhor enviar directamente à srª Ministra, para esta envar ao socrático!
Quanto à leitura ou falta dela, aguardamos com imensa expectativa do lançamento triligue: português, inglês e Irish/gaelico do romance de viagens da Teacher de Caxias, algures perdida na blogsfera dos Lepracões!!!
O que tenho aprendido com esta bolsa! Amei de paixão a diversidade de nomes atribuidos aos nossos perfeitos Amores Perfeitos! Como sabes tanto?
Quanto à cultura, que se lixe! Tu é que nos ensinas diariamente coisas fantásticas. O moço da livraria devia ser de um CEF e estava a estagiar!!! Há que colocar todas as hipóteses!
Adoro os teus sinais.
Os amores-perfeitos, segundo James Joyce, são os trevos coloridos. Não deixa de ser curioso que os pansies sejam tão populares na Irlanda.
Enviar um comentário