quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

... e o cenário repetiu-se...

O meu filho, que continua na Eslovénia, feliz da vida em lutas com bolas de neve, deliciado com a neve, a minha filha, que, em pausa de testes, foi passar a tarde com amigos, o marido que continua a chegar tarde, o jantar já preparado e UM VALE para um bilhete de cinema empurraram-me de novo para uma sala do Zon Lusomundo do Oeiras Parque.
A medo, decidi-me pel' O Artista, deixei-me ir, fui interrompida no intervalo, custou a recuperar a concentração, mas deixei-me envolver.
Este filme é uma escultura, uma pintura que se obverva e admira intemporalmente, e que ganha estatuto de obra de arte por ter sido concebida nos dias da técnica, da tecnologia e dos efeitos especiais.
No início é estranho, mas logo, logo encanta porque a sonoridade musical nos leva embalados (até ao intervalo, que vem interromper...) e a ausência de som sabe bem. Ausente está também a cor, mas não se sente falta dela. Os cenários, porque se passa na época de 20-30 do século passado, condizem com a tonalidade e tudo encaixa em sintonia.
Só um reparo para alguma arrogância, acho, apesar no filme ser francês: há muito inglês lido nos lábios que pode obstruir comunicação, caso o espetador não faça essa leitura.
E outra coisa: um filme destes não deve ter intervalo; é como estar a apreciar um quadro com pessoas a passar à frente.

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