Ontem fomos ao teatro e só tenho pena que tenha sido a última apresentação, pois assim não posso recomendar-vos a peça. Bom, nunca se sabe, podem fazer uma digressão pelo país...
A peça (um monólogo hilariante) tem como mote a comparação entre homens e mulheres e as respectivas explicações históricas situadas algures na idade da pedra, nos homens das cavernas.
O homem, o caçador,segue um objectivo único, sem se desviar na atenção do seu alvo e a mulher, a recolectora, abarca num ângulo mais alargado o controlo da zona envolvente, atenta aos pormenores recolhe informação a cada segundo, processando-a numa velocidade estonteante. É assim que tudo se explica, mesmo fisicamente: o homem tem uma lança e a mulher uma cestinha; o homem, para não espantar o seu alvo, fala pouco, cerca de 2000 palavras/dia e a mulher atenta ao que a rodea, respondendo a tudo, fala (ligeiramente!) mais, dizendo (apenas!) 7000 palavras/dia. E as diferenças acentuam-se, por exemplo, nas idas às compras, um caça, outro vai recolhendo. Com o telecomando na mão: um(ele) caça canais, num zapping muito rápido, outro (ela) recolhe informação dos canais.
E quem manda na caverna, (hoje casa)? Quem é que a decora? Ora, se o macho anda na caça, tem que ser a fêmea a cuidar, digo a mandar no lar!
A ideia que me deu foi que quem escreveu aquele texto veio estagiar cá a casa. É que tudo aquilo é tão verdade, que toda a gente se sentiu inspiração e se reviu no que era contado.
Todos os casais deviam assistir a esta peça, assim iriam perceber muita coisa e desfazer mal-entendidos.
Uma comédia a solo imperdível! Se puderem, vão!
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