quinta-feira, 16 de julho de 2009

A minha casa

Vivo numa casa de árvore. Num terceiro andar. Numa rua cheia de plátanos bem altos. Da varanda os ramos estendidos quase, quase se deixam tocar. Do outro lado, o contorno de telhados interrompido pela folhagem calma, que se abana sobre o azul do céu. Ao fim da tarde as andorinhas brincam no alto, pintalgando o fundo de pontos negros irrequietos.
Á noite a porta está aberta e ouço a calma da rua, o brandir do verde e esqueço-me de que estou na cidade.
De manhã, o sol trespassa a janela e a porta envidraçada e sem pedir licença lembra-me que tenho que enfrentar a cidade. Sem falta, todos os dias, por volta das cinco. Eu finjo que não ouço e deixo-me ficar, que a cidade ainda dorme!

3 comentários:

Renata Macedo de Sousa disse...

aqui estão os sinais de que todos já não podemos viver! Escreve tão bem :)
Beijinho e mande um beijinho especial aos meus amigos alemães... diga-lhes que estou quase a chegar :)

Fátima Lucas disse...

Lindíssima!
Adorei a imagem e a descrição da casa. Um pequenino senão: acordar por volta das cinco??????? Cruel, no mínimo!!!

Unknown disse...

5 do quê? Da manhã????? Anda-te embora Máléni, é de noite!!!!