quinta-feira, 13 de agosto de 2015

De Chizavane a Inhambane

Mais 300km pela Estrada Nacional 1, mais uma longa viagem.
O cenário no início da viagem foi semelhante ao que assistimos no dia anterior: estradas emolduradas sobretudo por crianças no seu percurso escolar e coloridas pelos panos que se deslocam amarrados às cinturas e às cabeças das mulheres que vão e vêm.
E a quantidade imensa de escolas que se encontram ao longo da estrada?! São mesmo muitas, sejam EPC (escola primária completa) ou secundárias. Passamos por uma profissional, por centros de formação de professores e por uma escola superior de turismo já em Inhambane.
Mas a animação maior acontece quando passamos numa zona mais urbana (se é que posso utilizar este adjetivo), onde há mercados e um frenesim estonteante. Mulheres sentadas no chão a vender fruta, a vender legumes, a vender peixe; bancas de roupa, em muitos casos, usada; um pano no chão com sapatos usados, ou melhor, velhos, sujos e disformes; uma barraquinha de refrigerantes, outra de tudo e mais alguma coisa, como detergentes, produtos de higiene, vassouras, pilhas, sei lá que mais...; a banca das capulanas, a de peças auto, a de colchões, a de raspadinhas para telemóvel (cartões SIM). 
Fora das localidades, pelo mato fora, vão aparecendo, com muita frequência, bancas de fruta, de caju, um cafezinho ou outro e bancas de artesanato (esculturas em madeira e cestos).
A paisagem vai sendo colorida pelas cores das operadoras de comunicação, que pagam a sua publicidade com a pintura dos estabelecimentos comercias. É incrível a quantidade de "lojas" (entre aspas, porque não são de todo aquilo que associamos à palavra) por que passamos e o que é mais incrível é a sua localização. Assim, no meio do nada, aparentemente onde ninguém passa, lá está uma barraquinha publicitando a Vodacom a vender coca colas a 12M (meticais) e outra a vender laranjas ou tangerinas. Mas também deu para perceber que vinda de não sei onde, saída de algures do mato aparece gente de todo o lado para continuar o seu caminho por aquela reta sem fim que é a Estrada Nacional 1 nesta zona de Moçambique.
O que também me surpreendeu foi o facto de haver sempre um Salão de Beleza (leia-se barbeiro ou cabeleireiro) nestas áreas comerciais. 
(Fotos tiradas em andamento)
O percurso escola-casa-escola


Uma escola



Uma das zonas comerciais



As mulheres que se deslocam ao longo da berma


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